Quatro em ponto
Há uma imensa porca
Na portaria
Ela cospe de lado
E chafurda as fossas nasais
Com intrínsecas teogonias
Ela procura pelo inquilino
Respeitoso do apartamento
Mil seiscentos e dezesseis
Já muito perto do céu
Tem autoridade para isso
Sua fé é legítima
Devidamente inspecionada
Pelos engenhos da saúde
Do espírito livre e da
economia pública
Ela estende os braços curtos
E entrega pela brecha apertada
Que separa o porteiro do mundo
Um pequeno frasco com um
Líquido amarelado dentro
O porteiro envergonhado
Baixa a cabeça e esconde
O fardo mais pesado
Do que o espírito errante
Sobre os ossos recalcitrantes
Sem vestígios ela desocupa
Momentaneamente o espaço
Deixando para trás
O inconteste testemunho
Da noite de prazer
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