Nas cavernas em que adentro
vejo ratos mortos com o esqueleto branquinho.
Enquanto logo abaixo
pomposas madames pintam os cabelos
e fazem as unhas.
Quando desço suado, sujo e fedendo
todos me lançam olhares de indiferença e asco.
Tiro os óculos,
limpo no pedacinho de flanela
e continuo atravessando o recinto
a passos lentos.
Quase colado na gerente
sussurro aos seus ouvidos -
Tem dentro da caixa d'água
boiando uma ratazana inchada enorme.
Antes que a gerente desmaie,
ainda lhe ouço a voz baixinho - Morta?
Não, senhora -
Praticando mergulho.
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