TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 12 de março de 2009

Tinta de Caneta

Se eu não fizer mais nada
Se não mover uma palha

Não tratar dos meus negócios
Mundanos nem de outros planos

Qual a sucessão dos átomos?

Se eu sentar-me no batente
Alheio às nuvens e às formigas

Levando chuva,
Sob sol escaldante

Quem ouve a mente?

Das visões cotidianas
Dos naufrágios corriqueiros
Dos vícios prolongados

Qual o Senhor a ludibriar-me?

Todos os brinquedos quebrados
Todos os anseios esquecidos

Todos os soluços picados
Todas as lágrimas sem dono

Qual o temor do Vazio?

Quando pego a pena
A máscara cai.

Não minto
Não finjo -

O desvario poético
é a minha verdade.

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