Lavar os pratos.
O que me resta.
Espremer os olhinhos da esponja
e admirar os suspiros coloridos.
Um a um.
Pratos, colheres, garfos, xícaras.
E uma gordurosa frigideira -
meu asco.
Depois o banheiro.
Escovar os azulejos encardidos.
Suplicar aos deuses que brilhem
as rachaduras abstratas.
Por último,
tirar água do quarto.
Um lago.
Se amanhã chover eu mato o pedreiro.
O rodo atrás da porta.
Um golpe certeiro na nuca.
Um comentário:
Esses afazeres deixam a casa habitável , e o troco é a tua poesia !
Que nada disso te falta , na lida dos teus dias !
Abraços.
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