Seja sincero com a morte
antes que lhe vistam o terno cinza
perfumem-lhe o colarinho
calcem-lhe as meias engomadas
façam-lhe as unhas
ajeitem-lhe os cabelos.
Seu corpo dorme,
sua alma ninguém sabe.
Seja verdadeiro com a morte.
Não suspire, não sussurre, não se levante.
O cortejo será breve
pelo quarteirão silencioso.
Talvez alguns cães parem.
Esperem.
Olhem com indiferença para o seu caixão.
Abanem timidamente a cauda.
E deem as costas.
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