A poesia também é uma coisa mesquinha da vida.
Exceto quando se engasga o eunuco
com a saliva dos cânticos.
Quando escrevo poemas me somem os testículos.
Morro de medo do meu Senhor.
Sua sombra brilha e entra pelas frestas da janela.
Toma-me da mão o cachimbo de alumínio.
Grita aos meus ouvidos -
"Emagreça os tornozelos!"
As asas somente coladas nos tendões rígidos.
A poesia também é uma coisa enfadonha da vida.
Exceto quando Saci se embriaga
e quebra tudo na caverna da Cuca.
O caldeirão virado,
as relíquias de barro espatifadas.
E a bruxa perplexa sem abrir a bocarra.
"É muita coragem, neguinho,
é muita doidice..."
Pensa - completamente apaixonada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário