TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 13 de maio de 2009

(In)eficiência nos Correios - por Armando Rafael


Assino quatro revistas (todas editadas em São Paulo), uma semanal e três mensais. Pago essas assinaturas através de boleto bancário. Recentemente, recebi dois boletos com a data da primeira prestação vencida. Entretanto, eles foram postados com antecedência de 15 dias em São Paulo. Tive de solicitar novos boletos, com novas datas. Estou aguardando.
Uma carta postada em Recife há sete dias só hoje chegou às minhas mãos. Não dá para esconder: os correios vão perdendo gradativamente a eficiência alcançada anos atrás...
Desde menino-adolescente carrego uma frustração com os correios do meu país. Sempre gostei de colecionar selos e, para tanto, mantinha variada correspondência com filatelistas do exterior. Naquela época as cartas chegavam com atrasos enormes. Nossos selos postais eram feios e impressos numa única cor. Meu sonho – naqueles tempos – era ver um dia o Brasil emitindo selos coloridos, com desenhos bonitos para serem obliterados com pequenos carimbos de metal. Iguais aos existentes nos países mais adiantados.
Essa minha frustração desapareceu – em parte – no final dos anos 70 e década 80. Vivíamos o regime autoritário, mas os governos militares tornaram os correios brasileiros eficientes e respeitados. Naquela época, era comum uma carta postada no sul do País chegar ao Cariri em 48 horas. Os selos comemorativos passaram a ser coloridos. Nada ficando a dever em relação aos países do primeiro mundo.
Com a redemocratização, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT passou a ser moeda de troca do governante de plantão na busca de apoio dos partidos da chamada “Base do Governo”. Não. Não vou me deter aqui às denúncias de domínio público – filmadas e mostradas nos telejornais – onde um diretor dos Correios, Maurício Marinho (indicado pelo PTB de Roberto Jefferson), foi mostrado recebendo R$ 3 mil de propina como "adiantamento" de uma licitação naquela estatal.
Sou mais modesto. O que lamento é o retorno do atraso na entrega das correspondências. Deploro os atuais carimbos de borracha usados para obliterar os selos postais. Carimbos enormes, feios, mais parecidos com os cortadores das bolachas fabricadas antigamente nas padarias do interior. Naquele mesmo tempo, onde eu sonhava com nossos correios eficientes, dotados de selos postais coloridos e bonitos, obliterados com pequenos carimbos de metal. Iguais aos que são usados nos países mais adiantados do mundo há muitas e muitas décadas...

5 comentários:

Carlos Rafael Dias disse...

Armando,

Por influência de papai, também cheguei a colecionar selos. Foi por pouco tempo, mas, também, fui filatelista.

Minha coleção, apesar de pequena, tinha duas raridades: o selo comemorativo do centenário da cidade do Crato, editado em 1953; e o alusivo ao milésimo gol de Pelé, de 1969.

O primeiro, graficamente se enquadra na descrição que você faz dos selos em preto e branco. Mas, especificamente este, o do Crato, era muito bonito e não era tão pequeno. Estampava um desenho do monumento de Cristo Reis e da fonte luminosa da Praça Francisco Sá (que era mais conhecida como Praça da Estação), cujo original foi feito em tinta nanquim e com caneta bico-de-pena.

O segundo, do gol histórico de Pelé, era colorido e igualmente graúdo.

Uma pergunta: ainda existe movimento de filatelistas, com publicações e mostras?

Armando Rafael disse...

Carlos:
Filatelia é cultura. E é tão importante que em alguns países europeus governos e instituições educativas-culturais incentivam os jovens ao hobby de colecionar selos para desviá-los das drogas, pois a filatelia consome muito tempo nesse útil lazer.
No Brasil o número de filatelistas cresceu muito. A ECT vem estimulando brasileiros no colecionismo de selos e promovendo mostras filatélicas através das Agências Filatélicas, as quais - infelizmente - só existem nas capitais dos estados.
O Cariri pela sua densidade demográfica, sua pujante economia e seu desenvolvimento cultural está a merecer uma Agência filatélica.
No meu comentário você deve ter percebido que não fiz nenhuma crítica aos funcionários dos correios. Eles são verdadeiros heróis, ganham pouco, mas atendem bem aos clientes.
A origem dos problemas na ECT está na interferência política na cúpula da instituição.
E isto piorou ainda mais no governo do "Cara".
Quem sabe, um dia não farão nos Correios o que o ministro Nelson Jobim está na Infraero: demitindo
os admininistradores indicados pelos políticos e dando vez aos técnicos oriundos de dentro da organização...
Esta é a solução. Na Infraero está sendo feita uma verdadeira revolução que vai dar eficiência à empresa. E só está sendo feita devido às críticas da imprensa e da opinião pública e da imprensa após o descalabro do "Apagão".
Não há mal que um bem não traga já dizia nossos avós...

elmano rodrigues pinheiro disse...

Armando
Nós tínhamos nos CORREIOS, o coronel Botto, que hoje anda dando aulas de administração postal pro lado da Suiça.
Bem pertinho de você,em Barbalha, tem o engenheiro Fernando Sampaio, que na época ajudou a revolucionar tecnicamente,modernização de distribuição de correspondências na instituição.
Infelizmente os acordos políticos fizeram dos CORREIOS, uma moeda de troca, criando os cupins da administração pública.
Na Infraero o Cara já está atuando, vamos ver se dá tempo desmontar a quadrilha dos CORREIOS.
Entre os Cupins Mor, está o senador Gim Argelo, que domina o cartel de agências no Distrito Federal.

Armando Rafael disse...

Elmano,
Você disse bem.
Conheço o engenheiro Fernando Sampaio, mas não sabia dessa faceta dele.
Saúde e paz.

elmano rodrigues pinheiro disse...

Direito à Memória e a Verdade, é uma das obras que estou te enviando, e fala sobre o curriculum das vítimas da Revolução.
Para efeito histórico serve como um apanhado, para ser agregada às informações que vão surgindo nas aberturas de arquivos.
Duas obras novas lançadas por militares deverão gerar muitas discussões, assim que consegui-las te enviarei.