TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 24 de maio de 2009

Lamúria Dominical

Se sobra um pouco de luz
debaixo da cama

trago o teto cinzento
para tapar-me os olhos.

Se resta um pouco de luz
dentro do guarda-roupa

trago a parede suja
para tapar-me os olhos.

Meus escombros
esquecidos na esquina

nem os cães cheiram
nem os bêbados vomitam.

Um comentário:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Esta lamúria dominical, que tanto pode ser a pessoa quanto o dia, me remeteu para uma cena. O Domingos, num domingo, à tarde, tentando dormir. As réstias libertas desta cidade da luz, infernizando este poeta e ele nos brindando com um belo poema, sem cães e bêbados, apenas nós examinando seus escombros.