TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 23 de maio de 2009

"Sábado"

Se eu morresse agora, algo além do meu nome
Gravado na areia ficaria na voz dos amigos
No instante em que ouvi aquela música,
Ali estarei cristalizado numa gota de tempo,
O tempo que me leva, eu que estou bêbado
E longe de casa

Essa onda que lambe meus pés e minha mente
Mergulhados em álcool,
Eu que estou bêbado e longe de casa
O que quer esse baixo com meu coração,
Essa bateria espalhando faíscas sobre mim,
Eu que estou bêbado e longe de casa

Hoje é sábado entre lembranças, essa voz,
Esse baixo, essa música,
Santo baixando em mim,
Eu que estou bêbado e longe de casa
Sem mais uma palavra

A rua me espera, a cidade mostra seus peitos
Entre luzes,
Mais um gole, mais uma garrafa
Um chope lá no Juarez cairia bem
Para mim, eu que estou bêbado
E longe de casa

2 comentários:

Carlos Rafael Dias disse...

Chagas,

Eis o primo Cival dos rachas no campinho da cadeia e da Escola Francisco José de Brito, onde hoje é o Batalhão da Quinta Companhia da gloriosa Polícia Militar do Ceará (Os marxistas são contra, pois acham que a repressão é exclusivamente militar).

Ainda bem que não sou mais marxista, Apesar de já não mais saber o que sou (ideologicamente, falando).

Sou, isso sim, um cidadão que transita os quatro cantos do campo, tal como um jogador polivalente. Um Afonsinho,por exemplo; quisera ser, sim como na letra da música de Gil.
Mas sou mesmo é Carlinhos perna-de-Pau que jogava todos os dias no campinho da cadeia e até marcava uns golzinhos (eu era um cara-de-pau garapeiro).

Lembro, porém, aquele dia em que você me defendeu contra a ira de Carlin de Anjo.

Naquela manhã, quase que jorrou sangue no campim da cadeia.

Só não jorrou porque o deSafeto abriu. Ele morria de medo de você...

Lembra?

chagas disse...

Carlos, só agora é que vi o seu comentário. Se não me manifestei antes, não foi por descaso. Esse poema foi de sábado passado, e muita coisa foi escrita aqui no blog. A fila não pára.

Cara, infelizmente eu não me lembro desse fato especificamente, mas me lembro do campinho e dos rachas.

Já quanto a deixar de ser marxista, aí já é um pouco mais complicado. Eu conheço um cara que diz que enquanto existirem as contradições típicas da relação capital-trabalho ele será marxista.
É complicado.