Antes de apertar a tecla deste “a” com o qual inicio este texto, perguntava-me: uma postagem muda alguma coisa? Um duelo tem solução que não cadáveres? Uma coletividade pode diluir o personalismo? Confesso que não tenho as respostas para tanto e até me encontro um tanto pessimista por chegar a tal suspeita.
Uma postagem não muda nada. Ou seja, um argumento ou um discurso. Pode acrescentar lenha na fogueira ou jogar água na fervura, mas o fogo já se encontrava antes. E de onde vem este fogo? Vem do curso do tempo. O Cariricult é feito por um grupo enorme de gente afeta a terra, de muitas gerações, de interesses e visões de mundo distintas, com projetos de futuro diferentes e logicamente com referências de passado em momentos mais próximos ou mais distantes. Logo que surgiu foi uma novidade, um grande encontro, mas era questão de tempo que se firmasse a pergunta: fica ou continua?
Os que escrevem, comentam e lêem, passam naturalmente pela seleção diante de uma ampla oferta de outras coisas e se perguntam: vale a pena? Tenho coisas mais interessantes a fazer. Perdeu o interesse, virou isso ou aquilo, tem muita concentração num só aspecto, não gosto de certos temas, acho que a qualidade caiu ou nunca foi boa. Onde tudo se encontra? Nas alternativas existentes, existem coisas outras concorrendo com o tempo. Então isso é natural e temos de pensar até mesmo no design do blog para que um passo para o futuro ocorra.
O duelo não necessariamente se leva a apenas cadáveres. Existem feridos e de algum modo uma reparação social de ordem moral ou ética. Era para isso que os duelos existiam e ainda existem. Na questão moral o principal é o insulto público. Quem se encontra na condição de um dos pilares da sociedade, por exemplo, de ser um professor universitário, não aceitará o insulto, especialmente naquilo em que ele tem domínio ou é o seu domínio. E o insulto se veste de muitas técnicas ou de uma especial verve de ironia que por jogos de palavras tenta o que os jogadores chamam de sinuca de bico. Quem levou tempo a ler as tiradas das cortes européias, especialmente a de Versailles com seu chistes maliciosos, sabe o quê estou dizendo. Aliás, o chiste venenoso para destruir algum personagem insinuante fazia parte da conservação de alguns privilegiados, mas era um ácido sobre a própria insustentabilidade daquela gente. O quê me leva a negar o princípio do parágrafo: o duelo só redunda em cadáveres.
Sobre a diluição do personalismo no coletivo é uma questão em aberto. O personagem tem um peso importante, sua competência de manipular o coletivo, fazer escolhas, jogar uns contra os outros, trazer uma escala de valor que afinal não tem régua em que todos estão sob permanente ameaça de desqualificação é uma forma de personalismo sobre o coletivo. Normalmente o coletivo combate o personalismo pela censura ao personagem, mas existem outras formas. O coletivo possuir um caudal tão poderoso que o personagem se igual a todos na diluição geral que se pretende em todo coletivo, que existe exatamente para ser o caudal, ou seja, algo além de um.
Uma postagem não muda nada. Ou seja, um argumento ou um discurso. Pode acrescentar lenha na fogueira ou jogar água na fervura, mas o fogo já se encontrava antes. E de onde vem este fogo? Vem do curso do tempo. O Cariricult é feito por um grupo enorme de gente afeta a terra, de muitas gerações, de interesses e visões de mundo distintas, com projetos de futuro diferentes e logicamente com referências de passado em momentos mais próximos ou mais distantes. Logo que surgiu foi uma novidade, um grande encontro, mas era questão de tempo que se firmasse a pergunta: fica ou continua?
Os que escrevem, comentam e lêem, passam naturalmente pela seleção diante de uma ampla oferta de outras coisas e se perguntam: vale a pena? Tenho coisas mais interessantes a fazer. Perdeu o interesse, virou isso ou aquilo, tem muita concentração num só aspecto, não gosto de certos temas, acho que a qualidade caiu ou nunca foi boa. Onde tudo se encontra? Nas alternativas existentes, existem coisas outras concorrendo com o tempo. Então isso é natural e temos de pensar até mesmo no design do blog para que um passo para o futuro ocorra.
O duelo não necessariamente se leva a apenas cadáveres. Existem feridos e de algum modo uma reparação social de ordem moral ou ética. Era para isso que os duelos existiam e ainda existem. Na questão moral o principal é o insulto público. Quem se encontra na condição de um dos pilares da sociedade, por exemplo, de ser um professor universitário, não aceitará o insulto, especialmente naquilo em que ele tem domínio ou é o seu domínio. E o insulto se veste de muitas técnicas ou de uma especial verve de ironia que por jogos de palavras tenta o que os jogadores chamam de sinuca de bico. Quem levou tempo a ler as tiradas das cortes européias, especialmente a de Versailles com seu chistes maliciosos, sabe o quê estou dizendo. Aliás, o chiste venenoso para destruir algum personagem insinuante fazia parte da conservação de alguns privilegiados, mas era um ácido sobre a própria insustentabilidade daquela gente. O quê me leva a negar o princípio do parágrafo: o duelo só redunda em cadáveres.
Sobre a diluição do personalismo no coletivo é uma questão em aberto. O personagem tem um peso importante, sua competência de manipular o coletivo, fazer escolhas, jogar uns contra os outros, trazer uma escala de valor que afinal não tem régua em que todos estão sob permanente ameaça de desqualificação é uma forma de personalismo sobre o coletivo. Normalmente o coletivo combate o personalismo pela censura ao personagem, mas existem outras formas. O coletivo possuir um caudal tão poderoso que o personagem se igual a todos na diluição geral que se pretende em todo coletivo, que existe exatamente para ser o caudal, ou seja, algo além de um.
3 comentários:
Prezado José do Vale,
Li seu texto agora, agorinha mesmo. Estou em Penaforte, última cidade do Cariri antes da fronteira com Pernambuco. Desde ontem e até amanhã. Vim ministrar uma disciplina no curso de pós-graduação em História e Sociologia mantido pela URCA nesta terra, paradoxalmente, próxima e distante do Crato. Aqui, pasmem!, tem lan house (duas, por sinal). Trabalhei duro até às 17 horas. Cheguei na pousada (só tem uma aqui) e decidi assistir ao jogo do Ceará contra o Vasco, na churrascaria Chulêta do Gaúcho. Tomei umas Bohêmias e, pasmem!, torci pelo Vasco, que correspondeu à minha torcida e ganhou de dois a zero. Voltei para a pousada. Senti-me só. Resolvi dar um passeio por esta, pasmém!, aprazível cidade. Vim para o centro da cidade de mototáxi. O mototaxista se chama Ronald. Lembrei de um amigo cratense, nosso amigo em comum, com quem já tive muitas desavenças por causa de política e universidade. Hoje, estamos em paz. Fizemos as pazes. Fui à igreja, à paróquia de Nossa Senhora da Saúde. Foi bacana. Não houve missa. Apenas um ato litúrgico, comandado por uma mulher; bem jovem, por sinal. A igreja estava lotada. Em seguida, vim para a Lan House de Cicinho, a dez metros da Igreja. Acessei direto o Cariricult. O título de sua postagem, "Sobre Duelos e Duelista - Personalismo e Coletivo", chamou-me, de imediato, a atenção. Como disse, apena li-a, ainda não reli-a. Talvez, nem precise fazê-la, pois entendi a lição. Só posso dizer, no momento, que uma postagem tem o poder de mudar alguma coisa. Ou muita coisa, sim. Quando decidi pelo duelo, fiz uma postagem como se sacasse minhas armas. Estava pronto para matar ou morrer. Não sei ainda o resultado. Não me sinto um cadáver. Nem um vitorioso. Não sou de provocar. Nem tão pouco de humilhar. Mas quando entro na chuva é pra me "queimar". Não retiro uma vírgula que usei para separar os meus impropérios. Certa vez, e única vez, cheguei a retirar todo um comentário que fiz (Lupeu sabe do que estou falando), por que fui injusto, inoportuno e inconveniente. Agora, não sinto o mesmo. Não quero, em respeito aos dignos colaboradores deste blogue (menos um), prolongar essa enfadonha ladainha de insultos mútuos. Estou pensando, seriamente, em abandonar este blog, outrora respeitável e tranquilo (sempre reiteirarei essa opinião). Não quero alimentar egos. Nem o meu nem o de ninguém.
Tenho dito!
Quando abro o blog e vejo "3 anos de Cariricult" me vem umas idéias, ou melhor, ideias(sem acento). Penso num aniversário comemorado num dia em que todos pudessem comparecer, não deveria ter uma data de nascimento tipo todo ano aquele mesmo dia ou mês. E cada um com direito à sua performance livre, só aí uma diversidade espetacular, além do prazer de tocar, discutir, ver, sentir o outro, uma trégua no anonimato, um dia apenas, algumas horas em extrema alegria, uma festa, com música principalmente. Não precisaria ser no Crato, já que o blog é virtual, é mundo. Amsterdan não dá, mas dependendo dos patrocinadores...(uau!)brincadeirinha.
Carlos, querido, o blog nunca esteve tão respeitável e tranquilo, pondere, hoje é um outro dia.
Do Vale, um mediador com a sua qualidade honra este blog.
Prezada marta F.,
É por respeito a pessoas como você e José do Vale que ainda insisto em comentar sobre este anacrônico assunto e de ainda comentar neste "respeitável e tranquilo" blog.
Participo do Cariricult desde o seu primeiro minuto. Depois de Salatiel, que o projetou e o lançou a lume, fui o primeiro a fazer uma postagem por aqui. Isso não quer dizer nada, a priori. Mas, até o início deste ano, considerava este blog respeitável e tranquilo. Não que não aceite o discenso; mas o prefiro com dialética (e ética, se possível!). Então, atentei-me para uns movimentos estranhos que passaram a se intensificar e percebi que eles provinham de comentários insinuantes e permeados de insultos que, por si só, já são impróprios e infundados. Depois, essas ofensas tornaram-se explícitas, com endereço certo, com cep e cpf. Senti-me, indiretamente, atingindo e fiz a defesa dos afrontados. Por conta disso, fui dura e implacavelmente injuriado. Preferi ignorar esses ataques e mantive-me em silêncio obsequioso. (Você sabe disso, pois você acompanhou esse triste e lamentável episódio). As ofensas continuaram, mesmo que sazonalmente. Mas, não tenho sangue de barata e faz parte da minha índole honrar o que considero que tenho de mais valioso: a hombridade. Quando decidi partir para o ataque, em legítima defesa de honra, aplicando a tática de uma verdadeira blitzkrieger, não foi somente pensando na minha honra em si; mas em todos os colaboradores dignos e respeitáveis deste blog (menos um). Talvez esteja equivocado, mas acho que existe um certo temor generalizado do sarcasmo exalado pelo auto-intitulado Senhor Crítico de Plantão. Eu não tenho um pingo de medo de farsantes como ele. Por isso, parti pro pau. E não me arrependo de nada. Só lamento, tantas susceptbilidades feridas por um episódio que deveria ser visto como uma cotidiana faxina do ambiente.
Com respeito!
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