TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 23 de junho de 2009

"centro da cidade"

os ouvidos servem para as palavras roucas
a camisa sem adjetivo cobre a boca, seus dentesbotões
a cortina entre os olhos clama
aos edifícios empatando a curva
do horizonte que esperem

um pássaro passa entre as antenas
manchadas de palavras
o asfalto o asfalto o asfalto
as cores da manhã numa dança
com o reflexo da lâmina no nome
das moças de mãos dadas
permitem entrever as fibras do amor

o amor é tão simples

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