A polêmica causada pela proposta do Governo do Estado de transferir o Parque de Exposição, colocou novamente em questão este aprazível espaço, localizado bem no centro da urbe. Afinal, o assunto, além de ser de interesse público, tem relevante papel no contexto sócio-econômico (e político) da região. Ademais, o Parque abriga, anualmente e há quase setenta anos, um dos mais tradicionais e concorridos eventos do Nordeste – A Exposição Centro-Nordestina de Animais e Produtos Derivados, a Expocrato.
Certo que os mais saudosistas reclamam que a Expocrato já não é mais a mesma. E, de fato, já não o é mais. Tudo muda, e com a Expocrato não seria diferente. Reclama-se, principalmente, do suposto desvio de função que impuseram ao evento. Hoje, a parte social, com os mega-espetáculos musicais de gosto duvidosissímo, sobrepuja a parte econômica e finalidade original do evento: o agronegócio. Reclamam-se, em suma, de tudo: carestia na comercialização de bebidas e alimentos, monopólio de determinada marca de cerveja, utilização do evento para fins político-eleitorais, privatização dos shows, falta de espaço para os artistas locais, poluição sonora e visual, falta de vigilância sanitária, dificuldade para estacionar veículos e etc e etc. Satirizam a Expocrato com neologismos depreciativos, como Ex-posição do Crato e Exporcaria. Mas, nunca se viu um movimento organizado de boicote ao evento. Todos, com exceção de pouquíssimos, amam a Expocrato. Por isso, justifica-se toda a controversia decorrente da proposta de transferência do Parque.
Tanto aqueles que são pró como os que são contra à mudança do Parque usam de argumentos lógicos e plausíveis. Transferir o Parque para um lugar distante do centro da cidade contribuiria para a sua expansão ordenada, desafogando o tráfego de veículos e pessoas por ocasião da festa e livrando os moradores da proximidade dos inevitáveis incômodos. Por outro lado, esse tráfego anormal e esses inevitáveis incômodos só acontecem uma vez por ano, e durante somente uma semana. Fala-se que a transferência do Parque beneficiaria a Universidade Regional do Cariri com um excelente espaço para a expansão do campus do Pimenta ao mesmo tempo em que não se tem conhecimento de um plano diretor dessa instituição prevendo e justificando essa necessidade. Diz-se que o espaço do Parque está pequeno para abrigar com segurança e conforto o evento. Sabe-se, porém, que o Parque pode ser ampliado, pois o que não falta são terrenos adjascentes para tanto. Portanto, paira um impasse que inviabiliza uma tomada de decisão, qualquer que seja o seu intento: pela transferência ou pela permanência do Parque.
Entretanto, paira uma única certeza no meio dessa celeuma: a revolta generalizada que a proposta causou na opinião pública cratense. 99% das pessoas com quem conversei sobre o assunto são contra e peremptoriamente contra a transferência do parque. Motivações bairristas podem ser o leitmotiv dessa ferrenha e arraigada posição. Mas, como diz um ditado popular, a voz do povo é a voz de Deus.
Conclusão: Deus não quer a transferência do Parque.
2 comentários:
Deuses mostrem a cara.
Para mim, mudar a Exposição do Crato, hoje ExpoCrato, para outro local, com os argumentos apresentados, seria no mínimo um erro desastroso. Imaginemos a transferência da chagada do pau da bandeira em Barbalha para a praça de eventus de shows. Acabaria a graça...
O parque de exposições é cental, pode-se ir caminhando, de bike, a cavalo, em veículos motorizados, é massa, tomando umas e outras nas bodegas até chegar lá!
No muriti, ...é longe D+. O povão num tem "diêro" não rapaz. Se fizer isso, vai virar um pancadão. Eu hem!
É isso, Calá, você disse tudo e mais alguma coisa...
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