Para Laura
Até agora não derramei uma lágrima.
Mas sinto aberta uma vala no meu peito.
Sei das minhas loucuras.
Do compromisso com o desconhecido.
Deixei ao relento minha alma sedenta
enquanto o corpo desfalecido pedia trégua.
Agora se refaz uma mente pacífica
em meio a destroços que adubam a coragem.
Não há necessidade do perdão
tampouco do conflito.
Aonde for levarei comigo
minhas paredes e minhas formigas.
Confesso sem medo do escuro
que a minha vida nunca tua
e que os meus olhos vivem cegos
desde os primeiros tombos no útero.
Fui um mau menino.
Um Lunático esposo.
A Poesia minha sombra.
Assusta, decerto.
Mas no dia seguinte
é a Ela que peço colo.
Até agora não derramei uma lágrima.
Mas sinto florido um jardim suspenso.
5 comentários:
Poeta,
Lindo poema para a doce amada, onde o amor rima com o perdão, sempre necessário para aqueles que cometem felonia com a poesia e com a musa, quando, às vezes, elas se tornam incompatíveis.
Rafael,
você é um gentleman.
Um forte abraço,
meu camarada e meu irmão.
Essa liberdade
da qual não abro mão
Me depara contigo
sempre que me afasto.
Essa alma que nunca foi tua
É vadia, mas vive cega
tateando a tua ...
Lágrimas não vertidas
Ficam invertidas
no fundo do nada
Fertilizam canteiros
em qualquer das praças
Flores que alimentam
formigas ...
No canto dos meus olhos.
O perdão ,
se foi feito pra gente pedir ,
nunca aprendi ...
Leio em todas as placas do invisível...
Que o amor resiste !
Socorro,
querida sacerdotisa -
um beijo.
Postar um comentário