Voando com a tragédia do vôo entre o Rio de Janeiro e Paris, José Flávio Pinheiro Vieira viu-se como um corisco. Fatal, passageiro, num repente, candente, cadente. Viu-se como um balanço entre uma longa e laboriosa construção e o repentino de sua fragmentação em destroços. E neste vôo imaginário, entre os dígitos do teclado e estas letras pretas sobre a tela branca, este José, nordestino, traça o destino entre a fartura e seca que o retira de uma terra para outra.
Eis um homem, um intelectual, um escritor e médico humanista pleno de vida e história. Não se trata da exumação de seu vôo, pelo contrário é o sepultamento no profundo das terras caririenses. A literatura deste Flávio é plena deste relevo, que não é apenas ele mesmo, pois o espaço construído pela vida não é mais apenas regional, é fruto de universalidade civilizadora (civilização como limite histórico e não como adjetivo em oposição ao bárbaro).
Não foi por acaso que ele capta o corisco. Este risco fugaz de luz sobre os céus. Este risco feroz que pode arrasar a ordem em cadeia. Este tom desafiador sobre a calmaria das noites. Aquelas pedras derretidas espalhadas no terreno do imaginário nordestino. As pedras que se mostram nos chãos de arisco.
Seja por uma ordem do próprio José Flávio. A fatalidade estimulada com o avançar dos anos. Não é incomum que a insustentável leveza que se julga existir no ser se nutra destes medos ancestrais. O ponto terminal. A explosão e o definitivo desaparecimento tão intensos que nem poeira do universo parece restar.
Mas existe a luz do corisco. Se as ocorrências da vida forem classificadas em momentos, todos eles já são em si finalistas. E, aliás, a rota da acumulação de bens, de projetos de vida, de objetivos a atingir e metas cumpridas é composta por marcadores terminais. A rota, não a vida.
A vida é toda a ocorrência. O brilho em si do corisco. Sem marcador de tempo. Não se encontra nem na eternidade, pois tanto ela como o conceito de infinito, tendem a ser marcadores de tempo e espaço. O brilho do corisco, tomado como alegoria da vida é a ocorrência em si, nada mais a dizer, principalmente que não houve.
Agora, retornando ao vôo vitimado. Histórias (rotas) encerraram-se no momento. Este homem do cariri, José Flávio Pinheiro Vieira, com certidão de nascimento, resistência de adversidades, ninhos conservados na própria rota é o brilho do corisco. Uma ocorrência captada pela mente que escreve, mas nem por isso ilusória ou separada da realidade externa, apenas este brilho que transcende as métricas do pragmatismo burguês.
Eis um homem, um intelectual, um escritor e médico humanista pleno de vida e história. Não se trata da exumação de seu vôo, pelo contrário é o sepultamento no profundo das terras caririenses. A literatura deste Flávio é plena deste relevo, que não é apenas ele mesmo, pois o espaço construído pela vida não é mais apenas regional, é fruto de universalidade civilizadora (civilização como limite histórico e não como adjetivo em oposição ao bárbaro).
Não foi por acaso que ele capta o corisco. Este risco fugaz de luz sobre os céus. Este risco feroz que pode arrasar a ordem em cadeia. Este tom desafiador sobre a calmaria das noites. Aquelas pedras derretidas espalhadas no terreno do imaginário nordestino. As pedras que se mostram nos chãos de arisco.
Seja por uma ordem do próprio José Flávio. A fatalidade estimulada com o avançar dos anos. Não é incomum que a insustentável leveza que se julga existir no ser se nutra destes medos ancestrais. O ponto terminal. A explosão e o definitivo desaparecimento tão intensos que nem poeira do universo parece restar.
Mas existe a luz do corisco. Se as ocorrências da vida forem classificadas em momentos, todos eles já são em si finalistas. E, aliás, a rota da acumulação de bens, de projetos de vida, de objetivos a atingir e metas cumpridas é composta por marcadores terminais. A rota, não a vida.
A vida é toda a ocorrência. O brilho em si do corisco. Sem marcador de tempo. Não se encontra nem na eternidade, pois tanto ela como o conceito de infinito, tendem a ser marcadores de tempo e espaço. O brilho do corisco, tomado como alegoria da vida é a ocorrência em si, nada mais a dizer, principalmente que não houve.
Agora, retornando ao vôo vitimado. Histórias (rotas) encerraram-se no momento. Este homem do cariri, José Flávio Pinheiro Vieira, com certidão de nascimento, resistência de adversidades, ninhos conservados na própria rota é o brilho do corisco. Uma ocorrência captada pela mente que escreve, mas nem por isso ilusória ou separada da realidade externa, apenas este brilho que transcende as métricas do pragmatismo burguês.
Um comentário:
Agradeço ao Dedé por estas considerações tão pertinentes ao texto que en passant pode parecer um pouco pessimista. E sobre minha visão de norestino sobre o universal pois não há dúvidas que é através desta lente que eu observo o mundo. Agradeço ainda os elogios que debito à nossa proximidade histórica e geográfica. Temos ambos direito à licença poética da parcialidade.
Abraço,
Que vem na terrinha , cabra?
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