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sábado, 20 de junho de 2009

Papa envia cartas a padres pedindo obediência ao voto de castidade


18/06/2009 - 18h28

da BBC Brasil


O papa Bento 16 disse nesta quinta-feira que os padres em todo o mundo devem permanecer fiéis a seus votos de castidade.
Em uma carta pública endereçada aos 400 mil clérigos da Igreja Católica, Bento 16 não chegou a mencionar explicitamente os escândalos de pedofilia envolvendo padres católicos em diversos países.
No entanto, o papa deplorou o que chamou de situações em que a Igreja sofre por causa da infidelidade de alguns de seus ministros.
Bento 16 também pediu um reconhecimento franco e completo das fraquezas da Igreja Católica.
O papa ainda elogiou aqueles que são fiéis a sua vocação.
Segundo o correspondente da BBC em Roma, David Willey, Bento 16 deixou claro que não vai permitir relaxamento no voto de castidade feito pelos padres católicos.
Calcula-se que cerca de mil padres católicos abandonem a vida sacerdotal a cada ano.
Abusos
Em maio, foi divulgado um relatório elaborado por uma comissão independente irlandesa indicando que "abusos sexuais" nas instituições infantis irlandesas foram "endêmicos" entre 1930 e 1990. A maior autoridade da Igreja Católica da Irlanda, o cardeal Sean Brady, manifestou sua "profunda vergonha" pelo caso.
No mês anterior, ao receber indígenas do Canadá, o papa também condenou os abusos cometidos contra esses povos pela Igreja Católica durante o século 20 e pediu que esses comportamentos "não sejam tolerados".
Após a divulgação das denúncias da Irlanda, o cardeal brasileiro dom Claudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero do Vaticano, defendeu que os sacerdotes envolvidos em "delitos" sejam "julgados e castigados", em uma carta aberta na qual se referiu indiretamente a casos de abusos sexuais.
O prefeito --cargo equivalente ao de ministro na hierarquia vaticana-- divulgou a carta no site da congregação e a enviou aos sacerdotes de todo o mundo.
"É verdade que alguns sacerdotes estavam envolvidos em problemas graves e em situações delituosas", escreveu o cardeal, arcebispo emérito (aposentado) de São Paulo. "Obviamente é preciso continuar a investigação, porque eles devem ser julgados e castigados como se deve", reconheceu.
Hummes ressaltou que os religiosos envolvidos nesses casos representam um "percentual muito pequeno do clero" porque a "grande maioria dos sacerdotes são pessoas "digníssimas, dedicadas ao ministério, homens de oração e de caridade pastoral", afirmando que a igreja está "orgulhosa" de seus sacerdotes espalhados pelo mundo.

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