Um grupo de crianças brincando num terreno baldio. O olhar da mãe atento à sua cria. Ali se encontra o centro das suas preocupações. Por isso todos querem a mãe, pois de outra forma não seriam centro de preocupação alguma.
Tanta gente e ela parece uma estrela fulgurante a atrair-lhe o olhar. Nilmar com a bola nos pés e a galera com decibéis de vozes, milhares de pupilas e tímpanos agitados por ele. A centralidade humana é motivada. Não é simplesmente um fato. Tem um motivo ou algo já pré-definido.
Isso ficou bem evidente no noticiário desta semana. No minuto da moça do tempo. Algo mudou o centro motivado da sequência da narrativa territorial na previsão do tempo. Vocês estão lembrados com é a sequência?
Começa na fronteira com a Argentina, sobe pela região Sul, aborda o Sudeste, as influências das zonas de convergência do Centro-Oeste e só depois Nordeste e Norte. Na mesma sequência repetem as temperaturas máximas e mínimas.
Pois alguns dias atrás a sequência, pelo menos um dia, mudou no Jornal Nacional. Começou pela chamada zona de convergência intertropical em direção ao norte do Atlântico. Exatamente na região das buscas dos destroços do vôo da AIR FRANCE.
Só com o desastre os brasileiros se deram conta que a notícia é construída para o Brasil com o olhar centrado nas sedes de suas televisões: Rio e São Paulo. Por isso um assassinato brutal de um vizinho em Crato não tem o mesmo peso de um desconhecido numa rua do Rio de Janeiro.
Por incrível que pareça, em termos de imaginário construído pela notícia, o assassinato no Rio de Janeiro provoca muito mais reações do que o local. Isso tem enorme repercussão em tudo que é humano: na racionalidade, na apreensão da realidade, na avaliação da sua existência real.
Este efeito de centralidade na notícia ao mesmo que aproxima os fenômenos na civilização, também aliena a pessoa de sua realidade. E considerando que a notícia é um fator humano e comandado por interesses, principalmente na chamada mídia corporativa, já se percebe que a verdade pode ser uma enorme deturpação.
Recordo que ao tempo do Governo Brizola, devido ao embate dele com o Sistema Globo de Comunicação, quase em duelo com o proprietário Roberto Marinho, este efeito de centralidade foi mais devastador ainda. A violência urbana que crescia em todo país deixou de ser objeto local e passou a ser focada no Rio. Quantas oportunidades as cidades perderam imaginando-se num paraíso quando comparado ao Rio.
Hoje tem gente em Fortaleza e talvez no Crato que se sinta mais insegura que um Carioca nas noitadas da Lapa. Mas considere que a notícia continua centralizada.
Por isso o debate nos blogs, televisões regionais, rádios e jornais locais são tão importantes para a construção da paz social.
Tanta gente e ela parece uma estrela fulgurante a atrair-lhe o olhar. Nilmar com a bola nos pés e a galera com decibéis de vozes, milhares de pupilas e tímpanos agitados por ele. A centralidade humana é motivada. Não é simplesmente um fato. Tem um motivo ou algo já pré-definido.
Isso ficou bem evidente no noticiário desta semana. No minuto da moça do tempo. Algo mudou o centro motivado da sequência da narrativa territorial na previsão do tempo. Vocês estão lembrados com é a sequência?
Começa na fronteira com a Argentina, sobe pela região Sul, aborda o Sudeste, as influências das zonas de convergência do Centro-Oeste e só depois Nordeste e Norte. Na mesma sequência repetem as temperaturas máximas e mínimas.
Pois alguns dias atrás a sequência, pelo menos um dia, mudou no Jornal Nacional. Começou pela chamada zona de convergência intertropical em direção ao norte do Atlântico. Exatamente na região das buscas dos destroços do vôo da AIR FRANCE.
Só com o desastre os brasileiros se deram conta que a notícia é construída para o Brasil com o olhar centrado nas sedes de suas televisões: Rio e São Paulo. Por isso um assassinato brutal de um vizinho em Crato não tem o mesmo peso de um desconhecido numa rua do Rio de Janeiro.
Por incrível que pareça, em termos de imaginário construído pela notícia, o assassinato no Rio de Janeiro provoca muito mais reações do que o local. Isso tem enorme repercussão em tudo que é humano: na racionalidade, na apreensão da realidade, na avaliação da sua existência real.
Este efeito de centralidade na notícia ao mesmo que aproxima os fenômenos na civilização, também aliena a pessoa de sua realidade. E considerando que a notícia é um fator humano e comandado por interesses, principalmente na chamada mídia corporativa, já se percebe que a verdade pode ser uma enorme deturpação.
Recordo que ao tempo do Governo Brizola, devido ao embate dele com o Sistema Globo de Comunicação, quase em duelo com o proprietário Roberto Marinho, este efeito de centralidade foi mais devastador ainda. A violência urbana que crescia em todo país deixou de ser objeto local e passou a ser focada no Rio. Quantas oportunidades as cidades perderam imaginando-se num paraíso quando comparado ao Rio.
Hoje tem gente em Fortaleza e talvez no Crato que se sinta mais insegura que um Carioca nas noitadas da Lapa. Mas considere que a notícia continua centralizada.
Por isso o debate nos blogs, televisões regionais, rádios e jornais locais são tão importantes para a construção da paz social.
Um comentário:
A periferia muitas vezes reproduz o centro, não consegue se ver e faz então, uma caricatura de si mesmo.
Mas eis que a América Latina não se insurge? Busca ser a outra voz, mais uma voz? Abandona o papel de boneco de ventríloquo e no seu caminhar, busca emitir seus primeiros sinais.
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