A concordata da GM não é uma má notícia apenas por se ter um automóvel desta marca. Embora problemas de fornecimento e manutenção venham ocorrer, a questão do desconforto e muito maior e mais permanente em outro aspecto como veremos a seguir.
O entusiasmo com que os aficionados do capitalismo brindavam sua vitória no final dos anos 50 e 60 tinha bases materiais sólidas. A primeira delas era a prosperidade vivida pela economia central do mundo e por outras economias subdesenvolvidas, como o Brasil. Naquele momento o grande triunfo do capitalismo era a prosperidade da classe média. Nos EUA próximo da metade das famílias tinham renda e consumo de classe média.
Mais ainda, o capitalismo americano tinha resolvido a grande contradição dele, em termos da vanguarda operária, ao tornar parte substancial das classes médias os próprios operários especializados e semiespecializados. Os membros desta família tinham emprego sólido, planos de previdência e seguros de saúde. Os sindicatos eram fortes e uma simples ameaça de greve estimulava o aumento dos salários.
Mas tudo é volúvel. Veio a crise do petróleo e os carros americanos consumiam muito combustível. Vieram as montadoras japonesas com novas soluções e o emprego de classe média do operário se evaporou. As reformas dos anos Reagan apontaram para o sistema financeiro e aí os empregos com diplomas passaram à frente dos especializados. O diploma, o MBA, a pós e toda a qualificação ultra, passaram a nortear a geração dos empregos de classe média, equivalentes em renda àqueles dos anos de ouro.
Agora tudo mudou. A perda de empregos nos EUA na indústria automobilística é enorme, isso está gerando uma reação em cadeia atingindo fabricantes de autopeças; de chips, oficinas mecânicas, lojas de revenda e assim por diante. Considere que neste bojo toda dinâmica financeira por trás dos empréstimos para aquisição do carro será atingida em parte mais essencial.
O redesenho do mercado de automóveis será enorme e no mundo todo, pois a ponta desta transformação é nos EUA, a matriz de todas as fórmulas mágicas deste mercado. Estilos de vida, acesso a distâncias, transporte individual, estão no eixo desta possível mudança. A visitação, o sair, o turismo e toda a base de negócio que vive disso se encontra sob foco de derretimento.
Ao ler sobre a concordata da General Motors, não era um fato apenas que se lia. Tratava-se de uma mudança de era do próprio capitalismo, cujo sinal mais evidente é a própria crise financeira mundial. Crise que ainda terá grandes repercussões sobre a economia real.
O entusiasmo com que os aficionados do capitalismo brindavam sua vitória no final dos anos 50 e 60 tinha bases materiais sólidas. A primeira delas era a prosperidade vivida pela economia central do mundo e por outras economias subdesenvolvidas, como o Brasil. Naquele momento o grande triunfo do capitalismo era a prosperidade da classe média. Nos EUA próximo da metade das famílias tinham renda e consumo de classe média.
Mais ainda, o capitalismo americano tinha resolvido a grande contradição dele, em termos da vanguarda operária, ao tornar parte substancial das classes médias os próprios operários especializados e semiespecializados. Os membros desta família tinham emprego sólido, planos de previdência e seguros de saúde. Os sindicatos eram fortes e uma simples ameaça de greve estimulava o aumento dos salários.
Mas tudo é volúvel. Veio a crise do petróleo e os carros americanos consumiam muito combustível. Vieram as montadoras japonesas com novas soluções e o emprego de classe média do operário se evaporou. As reformas dos anos Reagan apontaram para o sistema financeiro e aí os empregos com diplomas passaram à frente dos especializados. O diploma, o MBA, a pós e toda a qualificação ultra, passaram a nortear a geração dos empregos de classe média, equivalentes em renda àqueles dos anos de ouro.
Agora tudo mudou. A perda de empregos nos EUA na indústria automobilística é enorme, isso está gerando uma reação em cadeia atingindo fabricantes de autopeças; de chips, oficinas mecânicas, lojas de revenda e assim por diante. Considere que neste bojo toda dinâmica financeira por trás dos empréstimos para aquisição do carro será atingida em parte mais essencial.
O redesenho do mercado de automóveis será enorme e no mundo todo, pois a ponta desta transformação é nos EUA, a matriz de todas as fórmulas mágicas deste mercado. Estilos de vida, acesso a distâncias, transporte individual, estão no eixo desta possível mudança. A visitação, o sair, o turismo e toda a base de negócio que vive disso se encontra sob foco de derretimento.
Ao ler sobre a concordata da General Motors, não era um fato apenas que se lia. Tratava-se de uma mudança de era do próprio capitalismo, cujo sinal mais evidente é a própria crise financeira mundial. Crise que ainda terá grandes repercussões sobre a economia real.
Um comentário:
E entre as várias ironias dessa história está a que a GM do Brasil é meio que um exemplo.
No Brasil se pagam salários baixos em todas as montadoras, em comparação ao primeiro mundo. No Brasil os carros são bem mais vagabundos, é só olhar o que se produz aqui, com exceção nos carros de luxo. E não é que isso serve de "exemplo"?
O pior é que a estatização da GM vai servir para proteger o capital e no fim vai sobrar é desemprego para os trabalhadores norte-americanos. Uns "vinte mil", segundo noticiou o Bom Dia Brasil e a colunista Míriam Leitão.
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