TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 14 de julho de 2009

Assédio


Roberto Jamacaru de Aquino
A forte mudança comportamental no ser humano nos últimos tempos tem sido fruto da sua própria inquietação mental. A mesma ciência e tecnologia que ele tem empregado para gerar meios que lhes proporcionem sobrevivência, bem-estar e segurança, por exemplo, muitas vezes é a mesma que ele se utiliza para disseminar o mal contra si mesmo.
No caso do Brasil, um dos exemplos dessa versão são as programações das nossas mídias. O espaço que elas abrem para um manifesto religioso, para uma campanha de saúde, um ato cultural ou mesmo para um apelo aos desvalidos, é inferior ao que elas cedem para a disseminação do apelo sexual, do chulismo, da violência generalizada; da informação enganosa, todas inseridas em algumas de suas novelas, filmes, comerciais e jornais.
Essa persuasão, mista de anjo-demônio, massificada diariamente no seio da sociedade, finda gerando desvirtuamentos nas relações interpessoais. Entre tantos males, frutos dessa dubiedade, um nos chama atenção pela corrosividade moral causada na ética humana. Refiro-me ao assédio que, em suas versões, podem significar perseguir com insistência, importunar, chantagear, molestar com perguntas ou pretensões insistentes, fazer cerco, etc.
No aspecto trabalhista, por exemplo, muitas trabalhadoras ou trabalhadores, na luta desesperada para a manutenção de seus empregos, passaram a ser vitimas de dois tipos de assédios considerados os mais delituosos possíveis, que são: o sexual e o moral.
No caso do sexual, cuja maior vitima é a mulher, essa ação parte em geral do poder hierárquico maior com manifestações verbais, subentendidas, gestuais ou físicas.
Já o moral, que não tem predileções por sexo, é quando uma pessoa passa a ser exposta a situações de humilhação e constrangimento, quase sempre vindas de um mando maior, o que muitas vezes culmina numa queda de rendimento, num pedido de demissão do emprego; num trauma ou afastamento do meio de um determinado grupo social.
Se apelarmos para a abrangência, veremos que em nossas vidas temos sidos submetidos a outros tipos de assédios não menos delinqüentes do que os acima mencionados. Entre tantos, citamos os assédios políticos, religiosos, culturais, narcotraficantes, ideológicos, logísticos entre tantos outros mais.
A coisa toma rumo pior quando, vitimados por alguns desses algozes, apelamos para os poderes constituintes da justiça e estes, muitas vezes assediados pelas lentes subornantes dos poderosos, nos responde, “cegamente”, com a prática da impunidade... Aos pobres todas as algemas, camburões, presídios, celas e Folhas Restritivas. Aos ricos e poderosos, todas as brechas da Lei, Liminares, Habeas-Corpus, prisões domiciliares, celas especiais, Alvarás de Solturas, “Nada Consta” e pizzas... Muitas pizzas!
Hoje em dia essas insistências impertinentes denominadas de ASSÉDIOS, de tão massificadoras, ameaçam e, às vezes, chegam a roubar o nosso livre-arbítrio. Na prática, são manobras, cercos e sítios, que põem em risco nossas integridades. Pois, seja em casa, nas vias públicas, num ambiente de trabalho; em meio a um evento social, nas escolas, ou onde quer que estejamos, nossos direitos cidadãos estão, na sua grande maioria, sendo censurados.
Se analisarmos bem, veremos que essa conduta chamada de assédio, quando aplicada de forma depreciativa, em geral ela advém de pessoas ou profissionais inseguros, frustrados, fracos, invejosos, mal resolvidos, incompetentes; cheios de anomalias éticas que, em não dispondo de capacidades para conquistar, por si só, seus objetivos, apelam para essa depressividade moral.
A prática do bom assédio é simples: basta tratarmos o próximo com respeito e fraternidade.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu nem parei pra ler, porque ASÉDIO é o fim.....
Cadê os não anônimos para comentarem....
hummhummhumm

Roberto Jamacaru disse...

Caro Anônimo
Lendo o texto, no qual a grafia correta da palavra assédio é repetida N vezes,percebe-se que foi erro da postagem, a qual não foi feita por mim.
Em todo caso fica meu agradecimento pela crítica.

Roberto Jamacaru