Mais rolos de Sarney
ROLO 1
(Fonte: VEJA)
Em junho de 2001, o presidente do Senado, José Sarney, esteve em Veneza, na Itália, ao lado do banqueiro Edemar Cid Ferreira, amigo de mais três décadas. Eles foram acompanhar a cultuada Bienal de Artes da cidade. Semanas depois, já em São Paulo e de volta ao trabalho, o então dono do Banco Santos mandou registrar em seu computador detalhes financeiros da temporada da dupla em Veneza. O registro faz parte dos milhares de arquivos digitais que integram o processo sigiloso de liquidação do banco. O documento tem como título "JS-2". Em sete linhas ele relata a movimentação de uma conta em dólares no exterior. Há dois anos, VEJA teve acesso a este e outros documentos do rumoroso caso de liquidação extrajudicial do Banco Santos. Eles embasaram diversas reportagens sobre o caso. Mas o JS-2 passara despercebido.
O arquivo "JS-2 - Posição exterior JS" foi encontrado nessa má companhia e enviado à justiça como prova de crime cometido pelo Banco Santos. O "JS-2 Posição exterior JS" registra a movimentação da conta que, em 30 de outubro de 1999, registrava saldo no exterior de 870 564 dólares, o equivalente, então, a 1,7 milhão de reais.
A recente crise no Senado levou os repórteres da revista a reexaminar os documentos e a tentar entender seu significado. Na semana passada, finalmente ficou claro que JS-2 era o nome código de uma conta em dólar de José Sarney e as anotações feitas em 10 de junho de 2001, exatamente no dia da abertura da Bienal, se referiam a movimentações de fundos. Edemar registrou a entrega de 10 000 dólares em Veneza a "JS". Edemar Cid Ferreira se referia ao presidente José Sarney em documentos do banco recolhidos pelos interventores e em poder da justiça pelas iniciais "JS". Caso encerrado? As evidências são inequívocas, mas à polícia e à justiça cabe a palavra final.
Procurados por VEJA, tanto Sarney quanto Edemar garantiram desconhecer os fatos apurados pelos interventores e pela Polícia Federal Essa é uma questão que cabe à justiça dirimir. Como também cabe às autoridades determinar se essa conta e os fundos nela contidos são de origem legal e devidamente declarados à Justiça Federal. Não é crime ter conta no exterior. Crime é externar os recursos sem conhecimento das autoridades e sem comprovar a licitude de sua origem.
Os documentos referentes à conta de José Sarney estão anexados a outros que os policiais coletaram no curso de uma investigação bem mais ampla das atividades financeiras clandestinas do Banco Santos. Nos computadores foram apreendidos foram localizadas trocas de mensagens entre a secretaria de Edemar, Vera Lúcia Rodrigues da Silva e um conhecido doleiro de São Paulo. Eles combinavam pagamentos e entregas a clientes de dinheiro vivo, em dólares e reais – tudo sem qualquer registro contábil oficial. Alguns dessas operações, segundo a polícia, referem-se a comissões que Edemar Cid Ferreira pagava a dirigentes de fundos de pensão de empresas privadas e estatais que, a despeito de ter interventores instalados no banco e dos rumores de quebra, mantinham altas somas aplicadas.
A relação entre o ex-banqueiro e o senador sempre foi pontuada por episódios estranhos. Há cinco anos, um dia antes da intervenção do BC no Santos, Sarney conseguiu retirar 2,2 milhões de reais que tinha investido no banco do amigo. Entre as centenas de aplicadores no banco de Cid Ferreira, Sarney foi o único que conseguiu salvar suas economias, escapando do bloqueio imposto pelo BC aos outros investidores.
O arquivo JS2, segundo os registros digitais que podem ser verificados no próprio computador do ex-banqueiro, foi criado no dia 3 de julho de 2001, as 10h05, por uma funcionária chamada Vera - mais precisamente Vera Lúcia Rodrigues da Silva, secretária de Edemar, a mesma que, de acordo com a polícia, operava as contas e fazia os pagamentos clandestinos do banco Santos. Com a palavra final, a Justiça.
O arquivo "JS-2 - Posição exterior JS" foi encontrado nessa má companhia e enviado à justiça como prova de crime cometido pelo Banco Santos. O "JS-2 Posição exterior JS" registra a movimentação da conta que, em 30 de outubro de 1999, registrava saldo no exterior de 870 564 dólares, o equivalente, então, a 1,7 milhão de reais.
A recente crise no Senado levou os repórteres da revista a reexaminar os documentos e a tentar entender seu significado. Na semana passada, finalmente ficou claro que JS-2 era o nome código de uma conta em dólar de José Sarney e as anotações feitas em 10 de junho de 2001, exatamente no dia da abertura da Bienal, se referiam a movimentações de fundos. Edemar registrou a entrega de 10 000 dólares em Veneza a "JS". Edemar Cid Ferreira se referia ao presidente José Sarney em documentos do banco recolhidos pelos interventores e em poder da justiça pelas iniciais "JS". Caso encerrado? As evidências são inequívocas, mas à polícia e à justiça cabe a palavra final.
Procurados por VEJA, tanto Sarney quanto Edemar garantiram desconhecer os fatos apurados pelos interventores e pela Polícia Federal Essa é uma questão que cabe à justiça dirimir. Como também cabe às autoridades determinar se essa conta e os fundos nela contidos são de origem legal e devidamente declarados à Justiça Federal. Não é crime ter conta no exterior. Crime é externar os recursos sem conhecimento das autoridades e sem comprovar a licitude de sua origem.
Os documentos referentes à conta de José Sarney estão anexados a outros que os policiais coletaram no curso de uma investigação bem mais ampla das atividades financeiras clandestinas do Banco Santos. Nos computadores foram apreendidos foram localizadas trocas de mensagens entre a secretaria de Edemar, Vera Lúcia Rodrigues da Silva e um conhecido doleiro de São Paulo. Eles combinavam pagamentos e entregas a clientes de dinheiro vivo, em dólares e reais – tudo sem qualquer registro contábil oficial. Alguns dessas operações, segundo a polícia, referem-se a comissões que Edemar Cid Ferreira pagava a dirigentes de fundos de pensão de empresas privadas e estatais que, a despeito de ter interventores instalados no banco e dos rumores de quebra, mantinham altas somas aplicadas.
A relação entre o ex-banqueiro e o senador sempre foi pontuada por episódios estranhos. Há cinco anos, um dia antes da intervenção do BC no Santos, Sarney conseguiu retirar 2,2 milhões de reais que tinha investido no banco do amigo. Entre as centenas de aplicadores no banco de Cid Ferreira, Sarney foi o único que conseguiu salvar suas economias, escapando do bloqueio imposto pelo BC aos outros investidores.
O arquivo JS2, segundo os registros digitais que podem ser verificados no próprio computador do ex-banqueiro, foi criado no dia 3 de julho de 2001, as 10h05, por uma funcionária chamada Vera - mais precisamente Vera Lúcia Rodrigues da Silva, secretária de Edemar, a mesma que, de acordo com a polícia, operava as contas e fazia os pagamentos clandestinos do banco Santos. Com a palavra final, a Justiça.
ROLO 2
(Fonte: Folha de S.Paulo)
Caixa Economica também faz doação a associação da família Sarney
11/07/2009 - 08h22
Associação ligada a Sarney está inadimplente
A Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês, fundada e controlada pela família Sarney, ainda se beneficia de patrocínio estatal e repasse de incentivos fiscais, revela reportagem de Marta Salomon, Alan Gripp e Hudson Corrêa, publicada hoje na “Folha de S.Paulo”. A entidade está impedida de receber recursos do Orçamento da União desde janeiro.
Apesar de não ter prestado contas de convênio de R$ 150 mil com Ministério do Turismo, a associação recebeu na quarta-feira R$ 600 mil da Caixa para quitar as despesas de sete dias de festas juninas em São Luís. A associação recebeu pelo menos R$ 3 milhões de estatais, e há outros projetos em análise.
Os recursos foram liberados com base na Lei Rouanet, que dá incentivos fiscais a quem investe em projetos culturais. De acordo com a reportagem, a associação recebeu pelo menos R$ 3 milhões de estatais, e há outros projetos em análise.
11/07/2009 - 08h22
Associação ligada a Sarney está inadimplente
A Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês, fundada e controlada pela família Sarney, ainda se beneficia de patrocínio estatal e repasse de incentivos fiscais, revela reportagem de Marta Salomon, Alan Gripp e Hudson Corrêa, publicada hoje na “Folha de S.Paulo”. A entidade está impedida de receber recursos do Orçamento da União desde janeiro.
Apesar de não ter prestado contas de convênio de R$ 150 mil com Ministério do Turismo, a associação recebeu na quarta-feira R$ 600 mil da Caixa para quitar as despesas de sete dias de festas juninas em São Luís. A associação recebeu pelo menos R$ 3 milhões de estatais, e há outros projetos em análise.
Os recursos foram liberados com base na Lei Rouanet, que dá incentivos fiscais a quem investe em projetos culturais. De acordo com a reportagem, a associação recebeu pelo menos R$ 3 milhões de estatais, e há outros projetos em análise.
2 comentários:
Mais rolo de Sarney
O Fundo de Pensao da Pref. Munc.Fort. tinha na época da intervençao pelo BC no Banco Santos, cerca de 25.000.000 aplicados naquela arapuca. Comentava-se na época que por pedido de JS ao entao prefeito Juracir Magalhaes, aquela vultosa quantia teria sido aplicado para receber rendimentos acima do mercado. E ai. coitoados dos funcis da prefeitura, ainda hoje amargam o preju.
Jair Rolim
Jair:
Se só em Fortaleza foram 25 milhões de reais - perdidos - aplicados por influência de Sarney, imagine no restante do Brasil, um país continental.
Bom ressaltar que os mais de 2 milhões de reais aplicados por naq conta pesoal de Sarney - este ser especial, segundo Lula - foram retirados antes da intervenção do Banco Central, no Banco Santos.
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