TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Em homenagem à Wilson Bernardo. Um garoto que, como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones

Desde os ReadyMades, de Marcel Duchamp, arte é o que você diz que é arte. Colocar produtos industrializados no museu foi uma reação a um paradigma ultrapassado que definia o que era arte e imperava no campo artístico e parece que hoje ainda impera no senso comum.Os critérios para julgar o valor de um produto artístico foram postos em questão.A provocação teve um sentido inaugural, instaurador de outro paradigma.
Mas é preciso ter cuidado. A vanguarda de ontem pode se tornar o maneirismo de hoje.Colocar um urinol em um museu hoje só choca as velhinhas de Santana (mas um espírito do que um lugar).E só vale como paródia. É preciso acrescentar algo mais ao bigode de Monalisa. Às vezes corremos o risco de matarmos o velhote inimigo que morreu ontem. Dito isso quero parabenizar WB por suas fotoesculturas. Sempre achei que ele fosse Bamerindus. Gente que faz!

9 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Maurício,

Estou aqui dividido: se digo que o espírito em relação ao Cariricult hoje está agigantado com tua postagem, você pode me instigar de querer criar um círculo de giz normativo. Se digo que as considerações sobre arte na modernidade à dinâmica do agora, quando nos lembra da paródia, é uma das boas ponderações sobre o tema, podes me responder de ser conservador. De qualquer modo, me recompondo, o conteúdo do blog parece fluir além dos remansos.

wilson bernardo disse...

caro MAU nunca serei como eis tu,prá inicio de conversa nunca amei a SUB-musica destes babacas enlatados do invencionismo de consumo americano e pop londres,detesto a lingua inglesa sobre todos os aspectos,a unica lingua de comercio universal é a grana que se veste de grama,prefiro luis do baião,trio nordestino e no iberico sutaque nordestino que é na verdade um belo dialeto sdertão das almas...

Dihelson Mendonça disse...

O Wilson está agradecendo gentilmente pela homenagem. Bem ao seu modo. Quem não conhece a fera, pode até se assustar.

Mas ele, afinal, é o poeta da margem, o Marginal. Das margens plácidas do canal do Rio Grangeiro. Rs rs

Abraços, Poetas.

DM

Maurício Tavares disse...

Zé do Vale
Achei interessante toda essa discussão no blog sobre arte motivada pelas "malditas" fotos de Dihelson.

Dihelson
No começo eu não entendia as provocações de WB. Hoje começo a achar que ele é um fofinho.

Norma Paula disse...

"É que Narciso acha feio o que não é espelho"(Caetano Veloso)

Dihelson Mendonça disse...

Maurício,

Estou buscando novas velhas musas para novas fotos malditas. Dessa vez, sem problemas. Em breve, novidades e quem sabe, uma exposição sobre o belo. Como disse alguém, para o SAPO, a referência de beleza, é a SAPA. Bendita hora das fotos malditas...eu acabo pegando o jeito...

O Wilson é um cara bom.
Via de regra, tudo que ele disser, interprete ao contrário. Há mais chances de se acertar. Só que o bom do Crato, é presenciar o absurdo acontecer diante dos seus olhos, coisas que nem se pode enumerar, e para quem convive como eu com a fera...

Seria loucura, genialidade ou humorismo ? Até hoje, não sei. Só sei que é tão fantástico e absurdo, que quando se pensa que é uma coisa, é outra. Ele se faz de ignorante para debochar, mas o que ele lê, é coisa de louco.

Eu só posso dizer que: Ou esse cara é um louco fora do manicômio, ou algum tipo de gênio. E em última instância, uma mistura dos dois.

E para quem pensava que ele não saberia falar em público e botaria meu show a perder expulsando meus ouvintes, caí na graça de colocá-lo para falar de improviso na abertura.

Esse cara deu um show de coerência, de retórica, de fala perfeita, de domínio da linguagem que a platéia ficou boquiaberta. Ele sabe falar bem quando quer.

Depois veio o absurdo que o persegue pela vida: Após discursar solenemente, como um cientista, trajando apenas uma bermuda e um blusão sujo, falando como um Rei, saiu em direção ao fundo do palco, tropeçou em um balde e saiu catando cavaco, e derrubando coisas, quase botou o palco abaixo...o que causou uma imensa gargalhada geral.

Eu pensei: "Alguma coisa TINHA de sair diferente tendo esse maluco por perto. Tava bom demais pra ser verdade...ahahahaha"

Dihelson Mendonça

Dihelson Mendonça disse...

E ao mesmo tempo, uma das figuras mais humanas, solidárias em todas as horas que se pode conhecer, sem falsidades. Tudo lhe é óbvio e simples, como por exemplo, a naturalidade com que entrou dentro da enchente do Rio Grangeiro para ( ! ) fotografar de um ângulo melhor, e perdeu 2 celulares, como da vez em que foi prêso, desafiando mais de 80 policiais em cima de um palco dando pitoco aos guardas...coisa de louco mesmo...é tão querido, que o guarda que o levou à delegacia disse:

"Professor, desculpe-me por lhe prender"

E ele disse:

"Faça sua parte, rapaz. Cumpra o seu dever!

!!!


DM

Maurício Tavares disse...

Dihelson
Mesmo sem ter o contexto comecei a perceber que ele era um cara que tinha boas idéias e principalmente uma coisa que gosto muito, e que acho um grande sinal de inteligência,humor. O blog fica mais divertido com algumas provocações (é claro que nem todo dia). E acho que Wison Bernardo contibue para essa diversão inteligente.

Dihelson Mendonça disse...

É verdade. Mas eu também apanhei muito até conseguir entender (um pouco ) como a cabeça dele funciona. Hoje, se eu o encontrar nu na praça da Sé não irei estranhar, deverá ter algum motivo que eu poderei explicar. Enquanto isso, metade da cidade quer linchá-lo, por não compreendê-lo e não aceitá-lo.

Acontecem coisas curiosas: É o único Petista Declarado que trabalha dentro do próprio gabinete do PSDB, ( ahahahah ) e se dá bem com todo mundo. Todos o respeitam, e fazem questão de ressaltar o bom convívio e o trabalho exemplar de fotografia na assessoria de imprensa que ele faz, sempre dinâmico, andando e colhendo notícias. Um exemplo de trabalhador. Já o pessoal do PT da cidade, também quer linchá-lo, rs rs. Mas ele se assume PT de carteirinha e não sei como as questões ideológicas funcionam, mas creio que ele é amigo das pessoas, não das ideologias de cada um.

Mas concordo. As pessoas inteligentes são bem-humoradas, já li sobre isso em algum lugar. Um traço da senilidade e de Alzheimer é a apatia, e em última instância, a falta de bom humor, um traço perigoso.

DM