TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 28 de julho de 2009

fuga

quanto mais fujo do olho do inimigo
com suas espadas mais me persigo
com espadas de silêncio sugando
meu bolso as moedas eis que estou duro

por que me permito bater em fuga
quando o inimigo poderia ter
seu olho afastado do meu olho
se o brilho que ele julgava ser
de esmeralda paraguaia fosse
um brilho de pedra toda polida?

é melhor que eu volte e esqueça os votos
e encare o inimigo e a derrota
e se derrota houver recolherei
os pedaços e reconstruirei
a coisa enquanto me for possível

2 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Chagas,

Toda fuga tem um voto a lhe inibir.

Todo inimigo nos tem na mesma situação que ele.

Toda derrota tem os pedaços para juntar.

Pois toda fuga deve ser assim mesmo: o inimigo jamais perderá o seu apesar da minha fuga.

Um poema de guerreiro é assim.

chagas disse...

O poema poderia continuar com tuas palavras, José do Vale.
Valeu mesmo. Abraço.