não sabes quão duro foi não escrever
os mínimos versos para desentulhar o coração
território ladeado de gente sem futuro
sonho impossível aos que viriam
e viveriam apinhados ao redor da cidade
cachorros no escuro
como seria possível?
como seria possível um mundo
cujos caminhos levam à periferia
um mundo de portas que abrem compartimentos
escuros e fétidos?
como é possível um mundo
onde a dor é parte de sua estrutura?
se sorrires ele se acaba um pouco
com sede de tua dor
por isso não foram
escritos aqueles versos
no silêncio
fez-se uma lavoura
de
p a l a v r a s
3 comentários:
Olá!!!
Primeiramente gostaria de parabenizar o Blog pelo trabalho que têm realizado.
Gostaria de formalizar uma parceria entre este Blog e a Rede Social do Cariri para troca de divulgação entre ambos. Caso esteja interessado (a), favor entrar em contato comigo através do email: rscariri@gmail.com.
Desde já agradeço na esperança de uma resposta positiva.
Rede Social do Cariri:
http://cariri.ning.com/
Desde já agradeço e
Chagas mostra toda a sua consciência social nestes versos. Aliás esse engajamento poético é uma das mais difíceis lições da literatura. Sem cair no panfleto político apenas. Chagas consegue, pois tem suor, tem feridas e cicatrizes; tem dor e amargor nesta megalópole que se diz locomotiva. O Francisco pergunta: qual a próxima estação que querer mudar os rumos da locomotiva?
Caro José,
Chega a ser um privilégio ouvir as palavras de alguém como você. Palavras de um cara sábio, sóbrio e muito generoso. Leitor de espírito desarmado, cuja perpectiva crítica é das mais finas, profunda. Em suas palavras existem observações providas de um sentido crítico tão refinado que chega a ser poético. Sorte nossa, que postamos poemas neste blog, ter um leitor assim.
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