Ao caminhar com as próprias pernas
a Verdade não me acompanha.
A ventania que me cega
me empurra abismo abaixo
é sinal que não tenho forças
e que sou uma mentira.
Possuído por silenciosa magia
a mesma que abre a boca dos esquilos
e agasalha o lânguido corpo das minhocas
dou-me por completo
às balas perdidas,
às pedradas do alto,
ao tropeço repentino,
à altivez serena.
Ao caminhar com as próprias pernas
divago, mudo de caminho, piso em merda
de cachorro.
Mal-humorado não percebo
que a merda é de andorinha
e que os sonhos ainda me salvam.
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