Todas as quintas-feiras, a partir das 14 horas, é levado ao ar o programa COMPOSITORES DO BRASIL, pela Rádio Educadora do Cariri.
Hoje, dia 10, vamos falar de Guerra Fria, Corrida Espacial e a Música Popular Brasileira. A contextualização entra como um pré-texto para falar mesmo de música, de compositores brasileiros e suas formas de cantar, encantar e desencantar o cosmo e o objeto de desejo da corrida espacial, a lua.
Começaremos pelo uruguaio/brasileiro, Fábio, à procura de “Stela” (1968), ecoando sua belíssima voz pela imensidão do universo:
“Stela,Em que estrela você se escondeu
Em que sonho você vai voltar
Quanta espera de você”.
Nesta mesma linha vem João Gilberto, e também solta (ou prende) a voz, indagando por onde anda a sua amada, perdida nos confins do espaço sideral, no “Samba da Pergunta” ou “Astronauta” (1970):
“Ela agora
Mora só no pensamento
Ou então no firmamento
Em tudo que no céu viaja
Pode ser um astronauta
Ou ainda um Passarinho
Pode estar num asteróide
Pode ser a estrela D’alva
Que daqui se olha
Pode estar morando em Marte
Nunca mais se soube dela
Desapareceu”.
E falando diretamente da lua, bem antes do grande conflito, o excelente Custório Mesquista saia na frente na defesa da iluminadora dos amores, revelando em tom de cumplicidade, em “Se a Lua Contasse” (1933) sua arrebatadora paixão, o fazendo na magistral interpretação de Aurora Miranda:
“Se a lua contasse
Tudo que eu sei
De mim e de você
Muito teria o que contar
Somente a lua foi testemunha
Daquele beijo sensacional
Nesse momento foi tal o enlevo
Que a própria lua sentiu-se mal”.
Bem depois, Renato Rocha, com a música “A Lua” (1981), desconserta Custório Mesquita quando canta a Lua e seus ciclos insensantes, através do MPB4:
“A lua,
Quando ela roda é nova
Crescente ou meia, a lua é cheia
Quando ela rodaMinguante e meia
Depois é lua nova... mente quem diz
Que a lua é velha”.
Até o nosso Chico Buarque entra no assunto e faz uma referência direta à chegada do homem à Lua, em 1969. Reclamando, ele canta em “Essa moça tá diferente” (1970):
"Eu cultivo rosas e rimas
Achando que é muito bom
Ela me olha de cima
E vai desinventar o som
Faço-lhe um concerto de flatua
E não lhe desperto emoção
Ela que ver o astronauta
Descer na televisão.”..
Na sequência, vem “O astronauta”, de Helena dos Santos, (1970), com Roberto Carlos; “Eu vou pra lua”, sem ligar-se muito no acentuado “machismo” de Ari Lobo (1960); “ Na lua não há” (1963), a primeira música de Helena dos Santos gravada pelo Rei, depois de muito perseguí-lo e implorá-lo; “Marcianita” (1960), um twist fantástico com Sérgio Murilo. O grande Adelino Moreira espatifa todo o romantismo poético dos nossos compositores e declara em Boêmio Demondê (1963), no vozeirão de Nelson Gonçalves que:
“Minha seresta,
Não terá pinga na rua,
Não terá luar nem lua,
E nem lampião de gás,
Porque a lua,
Nesses tempos agitados
Já não é dos namorados,
Romantismo não tem mais”.
Por fim, Armando Cavalcanti e Kleucius Caldas já haviam assegurado, na composição “A lua é dos namorados” (1961), através de Ângela Maria, que não deveria ser nada disso, porque
“Todos eles estão errados,
A lua é dos namorados”...
Muitas e muitas músicas sem dúvida temos no nosso cancioneiro popular. Contudo, procuramos aquelas mais próximas do contexto da Guerra Fria e da Corrida Espacial.
Este será o tema do Programa COMPOSITORES DO BRASIL, de amanhã.
Quem ouvir, verá.
“Stela,Em que estrela você se escondeu
Em que sonho você vai voltar
Quanta espera de você”.
Nesta mesma linha vem João Gilberto, e também solta (ou prende) a voz, indagando por onde anda a sua amada, perdida nos confins do espaço sideral, no “Samba da Pergunta” ou “Astronauta” (1970):
“Ela agora
Mora só no pensamento
Ou então no firmamento
Em tudo que no céu viaja
Pode ser um astronauta
Ou ainda um Passarinho
Pode estar num asteróide
Pode ser a estrela D’alva
Que daqui se olha
Pode estar morando em Marte
Nunca mais se soube dela
Desapareceu”.
E falando diretamente da lua, bem antes do grande conflito, o excelente Custório Mesquista saia na frente na defesa da iluminadora dos amores, revelando em tom de cumplicidade, em “Se a Lua Contasse” (1933) sua arrebatadora paixão, o fazendo na magistral interpretação de Aurora Miranda:
“Se a lua contasse
Tudo que eu sei
De mim e de você
Muito teria o que contar
Somente a lua foi testemunha
Daquele beijo sensacional
Nesse momento foi tal o enlevo
Que a própria lua sentiu-se mal”.
Bem depois, Renato Rocha, com a música “A Lua” (1981), desconserta Custório Mesquita quando canta a Lua e seus ciclos insensantes, através do MPB4:
“A lua,
Quando ela roda é nova
Crescente ou meia, a lua é cheia
Quando ela rodaMinguante e meia
Depois é lua nova... mente quem diz
Que a lua é velha”.
Até o nosso Chico Buarque entra no assunto e faz uma referência direta à chegada do homem à Lua, em 1969. Reclamando, ele canta em “Essa moça tá diferente” (1970):
"Eu cultivo rosas e rimas
Achando que é muito bom
Ela me olha de cima
E vai desinventar o som
Faço-lhe um concerto de flatua
E não lhe desperto emoção
Ela que ver o astronauta
Descer na televisão.”..
Na sequência, vem “O astronauta”, de Helena dos Santos, (1970), com Roberto Carlos; “Eu vou pra lua”, sem ligar-se muito no acentuado “machismo” de Ari Lobo (1960); “ Na lua não há” (1963), a primeira música de Helena dos Santos gravada pelo Rei, depois de muito perseguí-lo e implorá-lo; “Marcianita” (1960), um twist fantástico com Sérgio Murilo. O grande Adelino Moreira espatifa todo o romantismo poético dos nossos compositores e declara em Boêmio Demondê (1963), no vozeirão de Nelson Gonçalves que:
“Minha seresta,
Não terá pinga na rua,
Não terá luar nem lua,
E nem lampião de gás,
Porque a lua,
Nesses tempos agitados
Já não é dos namorados,
Romantismo não tem mais”.
Por fim, Armando Cavalcanti e Kleucius Caldas já haviam assegurado, na composição “A lua é dos namorados” (1961), através de Ângela Maria, que não deveria ser nada disso, porque
“Todos eles estão errados,
A lua é dos namorados”...
Muitas e muitas músicas sem dúvida temos no nosso cancioneiro popular. Contudo, procuramos aquelas mais próximas do contexto da Guerra Fria e da Corrida Espacial.
Este será o tema do Programa COMPOSITORES DO BRASIL, de amanhã.
Quem ouvir, verá.
2 comentários:
Obrigado, meu caro, pela reprodução da noticia para hoje. Amigos e pressas coisas...
Valeu, Zé, já estou aqui ao pé do rádio para ouvir esse programaço de hoje.
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