TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 12 de setembro de 2009

A revolução dos tolos

por Ubiratan Iorio

Publicado no Jornal do Brasil em 11 de dezembro de 2006


O que é o que é? É uma figura patética, mas perigosa. Banha-se em uma piscina de petrodólares, mas tem o aspecto de quem não é chegado a uma boa ducha. Tem cara de bobo, mas é esperto e anda armado... Refiro-me ao grotesco e paleolítico coronel Hugo Chávez – o “Chapolim de Miraflores” –, que, mercê de uma farsa democrática, quer perpetuar-se no poder até – vejam! – o ano de 2030... E que, a cada reeleição – que vence sabe-se lá como – apresta-se a mudar sua bíblia, a constituição “bolivariana” de seu país, para moldá-la à sua ganância de poder.

Os escravos de Nabucodonosor da Babilônia “ralavam” vinte horas por dia porque não havia outro jeito, por causa das chibatadas e, em casos extremos, da morte, mas, se tivessem chance, colocariam veneno na lauta refeição do tirano. Hoje, os socialistas, comunistas e “teólogos” de falsas “libertações” criaram outra forma de servidão, desta vez consentida e, até, agradecida. Na América Latina, só são considerados intelectuais os artistas, cineastas, escritores, sociólogos, invasores de propriedades alheias e catadores de lixo que têm a aquiescência e complacência das esquerdas. Como disse Nelson Rodrigues, “não há ninguém mais bobo do que um esquerdista sincero. Ele não sabe nada. Apenas aceita o que meia dúzia de imbecis lhe dão para dizer”.

Até o século XIX os tolos eram apenas tolos, nada mais do que tolos e que se comportavam como tolos, mas, com Marx e a ascensão das ideologias, descobriram que eram em maior número e revestiram-se de súbita sabedoria, passando a “pensar” pelos preparados e inteligentes, com o apoio da mídia socialista, que infesta os cadernos ditos “culturais” dos jornais. Em outros tempos, os melhores pensavam pelos idiotas; hoje, são os idiotas que pensam pelos melhores, porque ou estes se submetem aos primeiros, ou são por eles engolidos.

Ser professor em uma universidade estatal, ou cineasta, escritor, sociólogo, artista ou socialista do Leblon, eis, com poucas exceções, os modos mais fáceis e diretos de ser intelectual sem ler, sem pensar e sem precisar esforçar-se para ligar duas simples idéias. Basta simular defender uma estranha liberdade, aplicável a eles, mas não aos demais; esganar-se de berrar contra todos os regimes de força de direita, mas levar em sua algibeira a sua ditadurazinha particular e, naturalmente socialista... A Revolução dos Tolos acusa Pinochet, Médici e qualquer outro direitista (especialmente Bush) de carniceiros e ditadores, enquanto entoa hosanas a Lênin, Mao, Guevara, Fidel, Saddam, Morales, Chávez e outros monstros autores de crimes bem mais brutais, como se fossem deuses “libertadores”. Voltemos a Nelson Rodrigues: “a URSS, a China e Cuba são nações que assassinaram todas as liberdades, todos os direitos humanos, que desumanizaram o homem e o transformaram no anti-homem, na anti-pessoa. A história socialista é um gigantesco mural de sangue e excremento. Tão parecidos, Stalin e Hitler, tão gêmeos, tão construídos de ódio. Ninguém mais Stalin do que Hitler, ninguém mais Hitler do que Stalin”.

Na América Latina o marxismo adquiriu uma forma difusa, volátil, caleidoscópica e etérea. É-se marxista sem estudar, sem pensar, sem ler, sem escrever, nem – seria exigir demais! – pensar, pois basta respirar e assumir ares de “socialmente engajado”. Vêem-se em cada beco “amantes espirituais” de Chávez e outros idiotas perigosos, formados por jornalistas, sociólogos, intelectuais, ex-frades, poetas, cineastas, taxistas e bombeiros hidráulicos. Só falta porem na parede retratos do pelintra, em uma pederastia fantasiada, idealizada, utópica, porno-fotográfica...

Sua raiva contra a pobreza e a má distribuição de renda é altamente profissional. Essa gente vive da fome dos que morrem de fome, mas em plena abundância. “Bolivariana” – é claro...


Fonte: http://www.cieep.org.br

4 comentários:

Carlos Rafael Dias disse...

Os idiotas esquerdizantes vão ter agora um "cult movie" pra celebrar: o filme feito por Oliver Stone sobre Hugo "Chapolin" Chavez: “South of the Border”,.

Oliver Stone é um veterano do Vietnã, onde deve ter cometido tantas atrocidades que até hoje se submete a um mea-culpa e trilha uma via-crucis que justifica (em parte) esses devaneios idiotas esquerdizantes de um ex-junkie-marine-yankee.

Pra completar essa completa e contagiosa idiotice, o co-roteirista do filme, Tarik Ali, cidadão(?) de um país totalitário, defendeu a liberdade de expressão existente na Venezuela, dizendo que na Venezuela, ao contrário da Itália, é vedado ao chefe de governo ter um canal de televisão.

Não disse, porém, que Chavez, apesar de não ter direito de posuir um meio de comunicação, tem o poder de fechar aqueles que se opõe à sua ditadura.

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Sávio,

De uma coisa não podemos nos queixar aqui no Cariricult. Existe a direita e a esquerda caricultiana. Estamos, entre notícias escolhidas no vasto material do "PIG" e das publicações "amigas" assim como de adjetivações que nos honram a emoção, em pleno campo de batalha. Talvez em 2010 consigamos um mundo melhor. Ou se não o fizermos, algum Juiz acaba com esta farra eleitoral e aplicar os "termos da lei".

Antonio Sávio disse...

José do Vale. Tenho postado matérias aqui sobre política de um modo geral por um simples motivo. Acho que todos temos o direito de escolha sobre o que quer que seja, e sendo assim, politicamente não seria diferente. Como alguns poucos aqui possam saber, saí recentemente da urca, mais especificamente do curso de geografia onde o mesmo, assim como tantos outros cursos da urca, tem suas falhas. O que acho desonesto é a irresponsabilidade de expor os alunos a doutrinação patente sob a luz do oleo de peroba na cara de certos professores. Quando não, isso é feito realmente sem que percebam, apenas ignorando tudo que seja contrário ao pensamento de esquerda, como se o mundo fosse uma estreita cúpula formada por meia dúzia de autores. Aí você pergunta: e como fica a cabeça da "elite" cultural de um país que é (de)formada assim? E os que não estão entre os "privilegiados" que frequentam uma universidade?

Unknown disse...

Muito azar mesmo para um aluno receber essa "doutrinação ideológica" passivamente. Coitadinhos.

Eu sou marxista assumido e ministro a disciplina História do Brasil I, no curso de História da URCA. Quem olhar os textos indicados por mim para a leitura no semestre verá:
- Raymundo Faoro;
- Laura de Mello e Souza;
- Stuart Schwartz;
- Caio Prado Jr;
- Maria Yedda Linhares;
- Synesio Sampaio Goes Filho;
- Jacob Gorender;
- Darcy Ribeiro;
- João Luís Fragoso, entre outros.

Quanta lavagem cerebral, quanto "marxismo". E no curso de História, vejam bem, de História, que eu saiba, se afirmam adeptos do materialismo histórico, os professores José Rubens, Fabio José e esse que vos escreve. E tem mais uns 22 professores lá, a maioria não marxistas e alguns antimarxistas. Quase todos cristãos.
E onde está essa "manipulação"? Será que não está no Jornal Nacional, na novelinha das Índias?

Há um evidente exagero e distorção aqui. E a maior parte dos problemas da URCA não foi causada por nenhum "marxista", muito pelo contrário.