TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 18 de outubro de 2009

CANTO DE PRAÇA

Outro dia ele passeava pelas ruas tortas e sujas da cidade
e se deparou com uma ponta de vento que soprava malucamente,
espalhando lixo e jogando cisco nas vistas de quem ousasse a desconsiderar.

Pois foi que um cisquinho de nada fez correr uma lágrima que não era de choro, mas tinha o mesmo sabor salgado do choro da saudade.

E um furacão de imagens lhe veio à croa sem se importar com o trânsito da lucidez e, sem permissão do tempo, sentou-se num banco num canto de praça e curtiu a solidão, lembrando do cheiro da flor de outro dia...



Cacá Araújo - 2007

2 comentários:

Domingos Barroso disse...

Cacá,
amigo de Poesia, Vida e Sangue -
belas imagens e uma sonoridade própria.

Um forte abraço.

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

cinematográfica imagem!