Apenas para confessar meus pecados
escrevo algo: uma pedra dentro do meu peito
e deixo lá no meio da sala um corpo estendido.
Se alma tenho ela partiu hoje
logo que subiram o portão de ferro.
O corpo estendido não diz nada, meu velho.
A pedra no peito há tempo virou cinza.
Tu mentes,
eu minto.
Não é um corpo que vejo
tampouco uma alma sumida.
São migalhas do tempo
que vem com a velhice -
e não importa se ela sopra
quarenta e quatro ventos.
Bebe então do meu vazio
e façamos uma manta de algodão.
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