TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
COMPOSITORES DO BRASIL
Noel Rosa – parte três
OS AMORES DE NOEL
Por Zé Nilton
Noel Rosa foi intenso em tudo o que fosse criatividade, inventividade e descoberta. De igual tamanho o foi no amor. Suas paixões foram arrebatadoras. Paixões fugazes, eternas, amores vividos e platônicos. Viveu seus 26 anos e alguns meses experimentando tudo o que tempo lhe permitiu.
Em se tratando de sua vida amorosa, muito dos vultos femininos ficaram registrados em sua obra.
Logo de início, diz o seu mais perfeito biógrafo, o escritor, compositor, ator e músico Henrique Foreis Domingues - o iniciador da vida artística de Noel – já aos 16 anos este iniciara suas experiências sexuais. “E mais tarde, já famoso, criador de canções populares, Noel teve várias aventuras amorosas, que narrava com detalhes a seus amigos”.
É lugar-comum não se encontrar beleza física em Noel. Mas naquela época – anos 20 e 30 – quem chegasse ao rádio com igual potência ao do “filósofo do samba” conquistava o coração e, muitas vezes, o corpo da mulher, amada.
Estamos falando de um tempo em que a música se revestia de certa delicadeza, de certa leveza... O tempo em que se musicavam poemas, poemas líricos, poemas de amor, de ternura... Do tempo em que havia o respeito pela palavra MÚSICA. Porque nem tudo seria gravado. Gravava-se a música que falasse ao coração, à pessoa, à sociedade, à brasilidade.
Diferente de hoje em que qualquer um que faça uma porcaria de ruído com dois tons, e se rebole em frente às câmaras ganha não só o privilégio de “ficar” com algumas, como vira uma celebridade nacional. Ó tempos, ó mores!
Neste último programa de uma série de três iremos enfocar e nomear os amores e os dissabores amorosos de Noel. Com isto estamos contribuindo para oferecer aos ouvintes através da memória histórica da MPB o (re)conhecimento de valores que ajudaram a construir a nossa identidade musical.
Não se está pura e simplesmente reafirmando o passado pelo passado. Falar de memória histórica é trazer para o presente o sentido da construção de um traço cultural – a música brasileira– que, por suas qualidades, representa muito de nossa nacionalidade.
Neste sentido, o eminente escritor e biógrafo Sergio Cabral escreveu: “ não há qualquer exagero na afirmação de que [ no campo da música Noel] é um dos pais de nossa nacionalidade”
Ouviremos:
Até amanhã, de Noel Rosa, com Noel Rosa;
Três apitos, de Noel Rosa, com Aracy de Almeida;
Estátua da paciência, de Noel Rosa, com o conjunto Coisas Nossas;
Feitio de Oração, de Noel Rosa e Vadico, com João Nogueira;
Cor de Cinza, de Noel Rosa, com Jardes Macalé;
Pra Esquecer, de Noel Rosa, com Nelson Gonçalves e Rafael Rabello;
Meu barracão, de Noel Rosa, com Caetano Veloso;
Pra que mentir, de Noel Rosa, com Paulinho da Viola;
Prazer em Conhecê-lo, de Noel Rosa, com Noel Rosa;
O maior castigo que te dou,de Noel Rosa, com Aracy de Almeida;
Só Pode Ser Você, de Noel Rosa, com Aracy de Almeida;
Quem Ri Melhor, de Noel Rosa, com Noel e Marília Baptista;
Último desejo, de Noel Rosa, com Quarteto em Cy;
Você vai se quiser de Noel Rosa, com Noel Rosa e Marília Baptista,
Eu Sei Sofrer, de Noel Rosa, com Aracy de Almeida.
Quem ouvir, verá !
Programa: Compositores do Brasil
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Todas as quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri
Apoio. CCBN
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