Quem sabe,
poeta tristonho
ao fim chegue
teu dia vazio.
Não vás esquecer,
poeta maluco
de mandar flores
à tímida professora
de Música.
Qem sabe,
poeta cáustico
o crepúsculo se aproxime
das tuas noites
mal dormidas.
Por favor,
poeta vacilante
não vás te esquecer
de mandar chocolates
àquela mulher
pois ela é mágica
delicada
uma rosa vermelha.
Não acredito,
poeta tonto
estás liso, duro,
sem um tostão no bolso.
Então vasculha
a bolsa da tua mãe.
Relembra o passado
em que eras adolescente.
Como se faz esqueceste?
Primeiro, espera a madre dormir.
Passo ante passo...
não tropeces no tapete
oh, poeta incauto...
Abre com pudor
a porta do guarda-roupa.
Pega a água benta
e bebe um pouco.
Quem sabe
neste momento
todos os teus pecados
de outrora e de agora
perdoados.
Mas, que vale
um poeta bendito
puro de alma
sem uma moeda
no cofre?
O que te salva
de fato
é o teu coração
levado
sonso.
Não te preocupes,
poeta sagrado
finda-se tua tristeza
de tantos baques
pois aquela mulher é mágica
delicada
uma rosa vermelha...
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