TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Música

Quem sabe,
poeta tristonho

ao fim chegue
teu dia vazio.

Não vás esquecer,
poeta maluco

de mandar flores
à tímida professora
de Música.

Qem sabe,
poeta cáustico

o crepúsculo se aproxime
das tuas noites
mal dormidas.

Por favor,
poeta vacilante

não vás te esquecer
de mandar chocolates
àquela mulher

pois ela é mágica
delicada
uma rosa vermelha.

Não acredito,
poeta tonto

estás liso, duro,
sem um tostão no bolso.

Então vasculha
a bolsa da tua mãe.

Relembra o passado
em que eras adolescente.

Como se faz esqueceste?
Primeiro, espera a madre dormir.

Passo ante passo...
não tropeces no tapete
oh, poeta incauto...

Abre com pudor
a porta do guarda-roupa.

Pega a água benta
e bebe um pouco.

Quem sabe
neste momento
todos os teus pecados
de outrora e de agora
perdoados.

Mas, que vale
um poeta bendito
puro de alma
sem uma moeda
no cofre?

O que te salva
de fato
é o teu coração
levado
sonso.

Não te preocupes,
poeta sagrado

finda-se tua tristeza
de tantos baques

pois aquela mulher é mágica
delicada
uma rosa vermelha...

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