TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 22 de março de 2010

a alma que não se molha

Meu infinito infortúnio
ou graça bendita
é de fato
minha fantasia:

mente utópica,
coração ansioso.

Uma combinação letal
de larvicida dentro dos olhos.

Culpados não existem.
O céu que arde.
As frias estrelas.

A loucura vem da infância
da eternidade

em que brincava o poeta
com as nuvens.

Tomou vulto o corpo
mas a alma continua deitada
sobre a imensa pedra de secar roupas.

As nuvens, bandidas, também mudaram:
nunca mais vi fisionomias reveladoras.

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