TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 29 de março de 2010

Cratinho de Açucar, tijolo de buriti, das macaúbas e catolés? Não mais.


A seguir, transcrevo -com os devidos comentários- a polêmica gerada no blog do Crato a partir da minha postagem que questionou as Palmeiras Imperiais "alienígenas" que invadiram os parques, jardins, canteiros na beira dos trilhos, praças, etc. e que chegam a quase 2000 mudas (e surdas) jovens, importadas não se sabe de onde, que não se sabe quanto custou aos cofres públicos.

Serão menos nobres as macaubeiras, os catolezeiros, os buritizeiros e carnaubeiras?

A POSTAGEM: Dia da árvore: que árvore?

Quem quer que seja, me responda o por quê da Prefeitura plantar Palmeiras Imperiais (Roystonea oleracea)nos jardins do Crato? De quem é a brilhante idéia? O que a nossa região tem a ver com Palmeiras Imperiais? Que tipo de projeto identificou a necessidade?Quanto custou aos cofres públicos a façanha? Quem, em sã consciência, faria o mesmo em propriedade particular com o dinheiro saindo do seu próprio bolso? Onde estão as nossas árvores nativas ornamentais que não agridem o nosso meio ambiente? Seriam as Palmeiras Imperiais um prenúncio do retorno de um período monárquico (veja abaixo)?Ou, por acaso, Dom Sebastião estaria de volta?

Logo nós daqui, que brigamos com a monarquia desde a mais tenra idade!

DA WIKIPÉDIA:
Segundo Roseli Maria Martins D’ Elboux, mestre em História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo, o plantio das palmeiras imperiais se tornou comum no Rio de Janeiro em meados do século XIX, diante da “necessidade do fortalecimento simbólico do II Império". Pode ser procedente a história segundo a qual as sementes da palmeira imperial foram distribuídas aos súditos como sinal de proximidade ou lealdade ao poder central, e tenha assim se tornado o "simbolo do Império". "Desse modo, depois de alguns anos, a espécie vincula-se definitivamente à imagem do poder monárquico, à idéia de nobreza, distinção e classe"

Postado por LUIZ CARLOS SALATIEL às 22:58

REAÇÕES: 22 comentários

Dihelson Mendonça disse...

Salatiel, o projeto é do Governo do Estado, mas não vejo mal algum em se plantar qualquer tipo de árvore em nossa cidade. A Razão da Escolha pelas palmeiras é pelo fato delas serem transplantadas grandes, com mais de 3 metros a 5 metros de altura, portanto, ganhando um tempo precioso. Foram plantadas cerca de 2000 árvores.

Não tem sentido plantar mangueiras nem Bananeiras em pleno largo da RFFSA.

Toda árvore é boa, faz bem. Não é por plantar as palmeiras que estaremos agredindo o meio ambiente. Muito pelo contrário. Nãoplantar, não reflorestar, é que agride o meio ambiente.

Abraço,

Dihelson Mendonça
24 de março de 2010 01:29


Dedê disse...

Errado amigo Dihelson,

Salatiel está coberto de razão. Até porque na nossa flora não existem só bananeiras e mangueiras(que seriam bem vindas). O plantio de arvores que não fazem parte da flora local agride sim. A própria chapada do Araripe está poluída por plantas conchecidas por "invasoras". Este é o entendimento cientifico. Plantar árvores é uma ação louvável. A escolha do tipo de árvore pode não ter tido a melhor opção e pode não ter sido a opção apresentada pela Prefeitura do Crato. O certo é que faltou "planejamento". Com a palavra o Dr. Nivaldo que ano passado plantou "Braunas".

PS_ Sugiro que voce procure um especialista que possa postar uma matéria aqui no Blog sobre o assunto. O esclarecimento seria interessante para todos nós.
24 de março de 2010 08:30

Dihelson Mendonça disse...

Meu Caro Dedê,

Vou me certificar com algum expet no assunto e tentar trazer aqui uma reportagem sobre o porque das Palmeiras e a sua ação tão "Danosa" ao Meio Ambiente. Em que essas Palmeiras poderiam danificar o Emio Ambiente ? Da mesma forma que trazer um Cão Labrador para morar no Crato afetaria os cães Pés Duros que aqui residem ?

Abraços,

Dihelson Mendonça
24 de março de 2010 09:10


LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Sem apelação, Dihelson. Você é uma das pessoas mais inteligentes que conheço e não pode se fazer de cego para esta situação. Por quê, rapaz? Por que então você combate tanto o forró eletrônico? Ele não faz mal algum a qualquer outro tipo de música (dentro dessa lógica sua do Cão Labrador X Pé Duro)! Há boatos de que cada muda de Palmeira custa aos cofres Públicos uma bagatela de 1.200 reais. É verdade? É bom até que se acione um procurador público para fazer tal levantamento.

Um grande abraço, com respeito.
24 de março de 2010 10:24

Dihelson Mendonça disse...

Amigo Salatiel,

Não vamos confundir alhos com bugalhos. Vocêpode até ter razão em algumas partes do seu questionamento, por exemplo, quanto custa aos cofres do Estado cada muda de planta, que precisaria ser averiguada, mas no tocante ao Forró Eletrônico, ele causa SIM muito mal às pessoas.

Primeiro, que quem escuta o Forró Eletrônico não tem o menor respeito à pessoa humana. Querem empurrar aquela porcaria ouvido adentro das pessoas, como se nosso ouvido fosse Penico. Não sabem ouvir só pra eles, como quem tem educação e gosta de outros estilos musicais.

Você jamais vai ouvir alguém com um carro de Som estrondoso percorrendo as ruas da cidade tocando música Clássica, Chorinhos, MPB, Jazz, e até Rock. Porque? Porque essas pessoas tem formação educacional e cultural.

Já esses "miseráveis" que gostam do Forró eletrônico não tem. Na verdade, Forró Eletrônico é o subproduto tóxico de uma sociedade decadente, que não teve oportunidade de ter contato com a Arte nem com as diversas atividades culturais humanas. O Forró eletrônico representa o que há de mais Vil, mais PODRE, mais INFAME, o grau mais baixo de Irracionalidade a que o Ser Humano foi submetido por uma mídia Filha da Pu.... que está interessada apenas em ganahr dinheiro fácil, às custas de uma Legião de Imbecis no Rádio falando CARIOQUÊS, como esses locutores idiotas da Rádio princesa, Rádio Tempo e etc...

Abraços,

Dihelson Mendonça
24 de março de 2010 11:16

Dedê disse...

vou esperar um melhor argumento

24 de março de 2010 11:16

marcio soares sampaio disse...

Vôte que crato esquisito se nao plantam arvores, reclamam. se plantam, reclamam vai entnder

assinado Marcio sampaio
24 de março de 2010 11:56

Armando Rafael disse...

– 1 –

Caro amigo Luis Carlos Salatiel:

Confesso – e confesso sinceramente – que não consigo entender a ojeriza que você tem pelo tema: Monarquia. E não compreendo porque você é uma pessoa generosa (tenho testemunha disso em relação a membros da minha família) além de viver em paz com a vida...

Daí a minha estranheza por seu pensamento contrário ao plantio de um dos mais belos espécime da flora brasileira: a Palmeira Imperial (Nome Científico: Roystonea oleracea)
.
Daí meu espanto com o seu desabafo: “Logo nós daqui, que brigamos com a monarquia desde a mais tenra idade!”...

Mas, confiando na sua inegável e sempre reconhecida benquerença permita-me fazer uma defesa (da árvore e da Monarquia) não com o intuito de convencê-lo, pois sei que o seu ódio ao tema monarquia provém da mais tenra idade, mas unicamente para que esse traço tão forte da cultura brasileira não tenha um “enterro de indigente” na sua postagem que eu – além de respeitar – defendo os eu direito de manifestar suas preferências.

24 de março de 2010 13:29

Armando Rafael disse...

– 2 –

Isto posto, meu querido Salatiel, permita-me lembrá-lo de que o Brasil foi Monarquia por 389 anos (quase 4 séculos) –ou seja, de 1550, chegada dos portugueses, até 1822, quando nossa pátria se declarou independente pela gesta histórica de Dom Pedro I – e que só somos “República” (graças ao golpe militar de 15 de novembro de 1889) – há apenas 121 anos, pouco mais de um século. Não se consegue destruir 4 séculos na vida de um povo que só tem 5 séculos de existência. Daí porque a cultura brasileira é profundamente impregnada das coisas da Monarquia. Lembra-se daquela Escola de Samba do Rio de Janeiro que foi campeã com o tema: “Saudades dos Tempos Imperiais”?

(Por falar em escolas de samba, até nos nomes elas comprovam o que eu afirmei: Imperatriz Leopoldinense, Império Serrano, etc....)

Ainda hoje – aqui e agora – quando queremos dizer que uma coisa é boa recorremos à comparação com os tempos da Monarquia: Se uma pessoa se destaca merece o título de “rei” ou “rainha”: Rei Pelé, Rei Roberto Carlos, Rei do Baião.O que dizer do “Rei da Feijoada”, do “Império das Peças”, da “Rainha da Exposição”, “Rainha dos Baixinhos”, da Rainha do Colégio, do Colégio Pequeno Príncipe, da Rádio Princesa, dentre milhares de outros títulos que permanecem no imaginário popular como algo de qualidade?

24 de março de 2010 13:30

Armando Rafael disse...

– 3 –

Além do mais estimado Salatiel, como obscurecer que a Monarquia é a Forma de Governo mais evoluída do mundo, onde existem excelentes índices sociais, onde a corrupção é punida, onde existe mais liberdade, onde os serviços públicos funcionam, onde os direitos humanos são respeitados, a que melhor adaptou-se aos anseios populares? A Monarquia é a Forma de governo da Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Espanha, Inglaterra (e por extensão da Austrália, Canadá, País de Gales, Escócia), Japão, Bélgica, Luxemburgo, dentre outros. Dentre as 25 nações de mais elevado nível de vida no mundo, 18 são monarquias.

Para finalizar, meu caro Salatiel: É preciso mais que uma interpretação do passado - mesmo que ela seja um elemento essencial do processo - para que se possa estender sua sombra sobre o presente de forma duradoura. É preciso explicitar como a sociedade imperial foi capaz de produzir uma imagem tão forte de si mesma, que ainda permanece presente na consciência coletiva dos brasileiros.

Com a consideração, amizade e respeito de sempre,

Armando Lopes Rafael
(assumidamente monarquista e que não tem objeção por quem prefere a República)
24 de março de 2010 13:30

Armando Rafael disse...

No tópico 2 considere correto o abaixo:

"O Brasil foi Monarquia por 389 anos (quase 4 séculos) –ou seja, de 1550, chegada dos portugueses, até 1889,quando um golpe militar (o primeiro de uma série que veríamos na República) derrubou o Império do Brasil".

24 de março de 2010 13:35

Roserlândio disse...

Bem, entrando no rol do processo de discussões, que não é inquisitorial - vale realsar, e, em princípio como "monarquista constitucional"-, perguntei-me sobre a opção feita pelos responsáveis pelo projeto urbanístico de nossa cidade em torno da "palmeira imperial". Creio que nossa cidade e região precisam de plantas ornamentais (e em algumas áreas, também frutíferas)nativas também do Brasil, por exemplo o Ipê. Obviamente esse tipo (como creio que a palmeira imperial) não combina bem com os trilhos do metrô. É bom pensarmos nisso e discutirmos pois logo seria bom darmos as nossas sugestões em vista da reforma das praças.

24 de março de 2010 14:19
Roserlândio disse...

Por fim, a palmeira imperial, como outras plantas ornamentais, podem e devem ser utilizadas (em menor número) em determinadas áreas de nossa cidade.


Roserlândio
24 de março de 2010 14:23
Anônimo disse...

O Sr. Armando Lopes Rafael pode até ter razão no tocante às razões da manutenção dos valores do período monárquico no imaginário do brasileiro de hoje. Mas ele equivocou-se no tocante a uma data:

O Brasil foi descoberto foi em 1500!!!

Maria Cecília Bezerra
rua Nossa Senhora do Carmo, 102
Franciscanos - Juazeiro
24 de março de 2010 14:26

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Armando,

Meu sangue é totalmente plebeu e,em regime monárquico, como artista que sou, no máximo terei uma vaga como Bobo da Côrte.

Mas, respeito e admiro sua defesa. Agora que precisamos questionar alguns desmandos de governos em quaisquer de suas instâncias, devemos sim.

Quando me referi a nossa "querela" com a monarquia é tão somente pelo passado histórico que a cidade tem.

Rei, na minha vida, quando muito admito, somente Deus.

Um grande abraço, fraternal.

24 de março de 2010 17:10
Dihelson Mendonça disse...

Então, parece que o problema das Árvores é IDEOLÓGICO ?

Porque o Salatiel não gosta de Monarquia, e as Palmeiras imperiais o remetem ao período do império, como ele disse em seu texto:

"Seriam as Palmeiras Imperiais um prenúncio do retorno de um período monárquico (veja abaixo)?Ou, por acaso, Dom Sebastião estaria de volta? Logo nós daqui, que brigamos com a monarquia desde a mais tenra idade!"

Bem, se o problema TAMBÉM é de natureza ideológica, essa parte nós infelizmente, não poderemos resolver.

Abraços,

Dihelson Mendonça
24 de março de 2010 17:47

Carlos Rafael Dias disse...

Acredito que as plantas, assim como as pessoas, podem se radicar em qualquer local, bastando se adaptar ao meio. Ademais, esse tipo de palmeira é chamada imperial por mero capricho dos homens. Ela poderia ser chamada de palmeira republicana sem que isso fosse um demérito Lembro ainda que a serigueleira não é uma planta nativa, mas se adaptou bem na nossa região e hoje é cultivada com fins econômicos.

24 de março de 2010 18:08
Dihelson Mendonça disse...

O Argumento do Carlos Rafael é EXCELENTE. A própria Siriguela não é uma planta nativa da nossa região, e se adaptou muito bem. E o Pequi ? Temos Pequi em Minas Gerais e em outras regiões. O mundo é um canteiro. O Cariri já foi até mar! O que é nativo e o que não é nativo ? Nativos mesmos, nem seriam os Índios Kariris a bem da verdade. Ou deveríamos expulsar todos nós daqui, porque somos os maiores Intrusos ao meio ambiente!

Abraços,

Dihelson Mendonça
24 de março de 2010 18:24

Armando Rafael disse...

Maria Cecília:

Você está certa.

Desculpe meu equívoco, fruto da pressa.

O Brasil foi governado pela forma monárquica de 1500 (data do descobrimento) até 1889 (data do golpe militar que implantou o regime republicano) = 389 anos.

Já a "ré - pública" foi instaurada pelos militares em 15 de novembro de 1889 e perdura até hoje, portanto há 120 anos.

25 de março de 2010 00:49

Armando Rafael disse...

Fui um dos que elogiou a iniciativa do Governo do Ceará/Prefeitura de Crato em plantar árvores adultas nesta cidade.

Para mim qualquer árvore plantada é importante. Gostei muito quando vi algumas Palmeiras Imperiais plantadas à margem dos trilhos, nas proximidades do viaduto que dá acesso a Juazeiro do Norte.

As palmeiras são muito importantes na história do Brasil, que já foi conhecido como Pindorama, por conta dessas plantas. Elas têm função ambiental e na alimentação da fauna.

Paisagisticamente, criam um belo cenário. Não à toa, que Burle Marx criou o termo da "Marcha das Palmeiras". A maioria das palmeiras que vemos no Nordeste não são nativas desta região.Por temos uma diversidade imensa de palmeiras por aqui.

Segundo os engenheiros florestais, as palmeiras são ideais para praças e parques, mas não devem substituir outras espécies na arborização urbana. Isso porque nesse ponto precisamos de árvores que tenham sombra e contribuam para amenizar o clima. Noutras palavras, as palmeiras contribuem para embelezar as cidades, embora não devam ser as únicas árvores utilizadas para a arborização.

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