Aquele flerte trocado
entre a menina skatista
penteado curtinho à nuca
um brinquinho madrepérola
e a estudante cabelos pretos
até a cintura
de mochila azul
foi uma bênção dos céus
antes que o semáforo despertasse.
E o intruso poeta
contentíssimo:
a menina skatista
puro charme afrodisíaco
a estudante tímida
a suspirar por dentro
(um perfume adocicado
envolvia aquele encontro)
e o parasita poeta
silencioso
admirando o esplendor da paquera
entre aquelas duas alminhas
do mesmo sexo.
O semáforo (completamente atordoado)
ergue, enfim, o olho vermelho
aos míseros mortais
dentro das carruagens frias.
Primeiro cruzou a skatista
voluntariosa e saltitante.
Olhei para trás:
a insegura estudante
fugira pulando calçadas.
Entristeci.
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