TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 12 de junho de 2010

sinal no canto do lábio

Ao primeiro bocejo do passarinho
recente hóspede da minha varanda

vestirei apressado
meu bermudão surrado

e com o coração saltitante
levitarei até o bosque
do Sol Nascente.

Pedirei à gentil gueixa
ou ao sábio samurai

que me ensinem
a arte do origami.

Preciso aprender a fazer flores
com papel dos meus versos

e te presentear
todas as manhãs.

Ao acordares a mesa posta.
Ao acordares meu riso bobo.
E o dedo apontando a fruteira:

entre duas maçãs (pra que o vento
não leve) eis a minha oferenda.

Assim será todos os santos dias.
Até cansares de tanto romantismo.

E me digas adeus.
E me dês um beijinho no rosto.

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