TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ressurreição

Três formigas afogadas
dentro do vaso sanitário
revelam-me muito mais
que drogas
e livros.

Sinto uma espécie de júbilo
não pela morte dos insetos
mas por vê-los inertes
e em paz.

Além de júbilo
também sinto
inveja.

Profunda
inesgotável
inveja.

2 comentários:

joão alberto lupin disse...

às vezes também me pego observando as coisas mais pueris do cotidiano. só não consigo (como você tão bem o faz) extrair POESIA daí. ou não consiga me expressar POETICAMENTE.

Domingos Barroso disse...

Lupin, é um lampejo
que belisca o braço.