(Augusto de Campos, em 1966)
JOÃO GILBERTO
Por Zé Nilton
Outro dia feito aluno aplicado grudei os olhos e ouvidos na entrevista de Gilberto Gil ao programa de Bia Correia do Lago, na TV. Futura. O antigo/novo compositor baiano nos ensinava sobre as profundezas dos interiores das músicas, dos ritmos, das músicas e de suas histórias nas festas do Sertão. É isso mesmo: ensinava. Gil quando fala ensina tão didática é sua explanação. Tão coerente é seu pensamento e sua metodologia no trato da questão. Ou das questões.
Quando discorreu sobre ritmo (acho eu que é o único diferencial do conjunto da arte musical, embora hoje não nos atentemos pra isso), disse que a batida do baião vem de bem longe. Lá das arábias? De tão longe assim? Bem, do Nordeste parece não ser, assegurou o professor.
Mas, sustentou o mestre, o Nordeste recebeu, torneou, dilapidou e embalou pelos quatro cantos do mundo a “nova dança” como se fora gerada em suas entranhas. Dizendo mais sobre, jogou a prova invocando o grandessíssimo nordestino João Gilberto para clarificar sua tese. Assegurou que o criador da batida bossanovista influenciadora e influenciada pelo jazz muito bebeu no compasso do velho baião. E reveladoramente nos mostra a prova, citando a música de autoria de João Gilberto, Bim-Bom, e eu digo, também, a gravadísima O-ba-la-lá, e até a interminável Indiú, como carregada de citações do famoso ritmo universalizado por Luiz Gonzaga.
Gil, sempre com boca de picolé, falou, falou, falou do que sabe, e sabe tudo...
JOÃO GILBERTO
Por Zé Nilton
Outro dia feito aluno aplicado grudei os olhos e ouvidos na entrevista de Gilberto Gil ao programa de Bia Correia do Lago, na TV. Futura. O antigo/novo compositor baiano nos ensinava sobre as profundezas dos interiores das músicas, dos ritmos, das músicas e de suas histórias nas festas do Sertão. É isso mesmo: ensinava. Gil quando fala ensina tão didática é sua explanação. Tão coerente é seu pensamento e sua metodologia no trato da questão. Ou das questões.
Quando discorreu sobre ritmo (acho eu que é o único diferencial do conjunto da arte musical, embora hoje não nos atentemos pra isso), disse que a batida do baião vem de bem longe. Lá das arábias? De tão longe assim? Bem, do Nordeste parece não ser, assegurou o professor.
Mas, sustentou o mestre, o Nordeste recebeu, torneou, dilapidou e embalou pelos quatro cantos do mundo a “nova dança” como se fora gerada em suas entranhas. Dizendo mais sobre, jogou a prova invocando o grandessíssimo nordestino João Gilberto para clarificar sua tese. Assegurou que o criador da batida bossanovista influenciadora e influenciada pelo jazz muito bebeu no compasso do velho baião. E reveladoramente nos mostra a prova, citando a música de autoria de João Gilberto, Bim-Bom, e eu digo, também, a gravadísima O-ba-la-lá, e até a interminável Indiú, como carregada de citações do famoso ritmo universalizado por Luiz Gonzaga.
Gil, sempre com boca de picolé, falou, falou, falou do que sabe, e sabe tudo...
Em seguida retorno uma chamada do professor/poeta/músico Carlos Rafael. Dizia-se mergulhado naquela letárgica tarde de domingo nos embalos sussurrantes das músicas de João Gilberto. Rafael adora as excentricidades de João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, nascido no sertão baiano de Juazeiro, aos de 10 de junho de 1931.
- Você devia falar das músicas do João no Compositores do Brasil.
- Claro, mas o homem, como compositor, produziu pouco.
Aí fomos lembrando. Chegamos a sete músicas compostas pelo gênio.
João Gilberto é talento na música. Gostar da sua musicalidade é gostar de viver o silêncio do que poderia ter sido dito e que não foi. Na sua música tudo é silencio. Música é silencio. E silencio se ouve com a frouxidão de todos os sentidos.
Nesta quinta-feira no Compositores do Brasil vamos ouvir o silêncio musical de João Gilberto, como compositor. Desta feita o descobridor de tesouros da Música Popular Brasileira nos deliciará em sete músicas de suas criações, por obra e graça de indiretas e diretas provocações de Gil e de Rafael. Não sustento que João Gilberto teria ficado somente em sete composições. Com o João tudo é meio estrambótico, coisas de gênio.
Na sequencia, com João Gilberto, de sua autoria:
ACAPULCO;
HO-BA-LÁLÁ;
JOÂO MARCELO;
COMO SÃO LINDOS OS YOUGUIS (Bebel)
BIM-BOM;
INDIÚ,
UM ABRAÇO NO BONFÁ.
Quem ouvir verá!
Programa compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri
Na web: www.radioeducadoradocariri.com)
Acesse: www.blogdocrato.com
Todas às quintas-feiras, de 14 as 15 horas
Produção, pesquisa e apresentação de Zé Nilton
- Você devia falar das músicas do João no Compositores do Brasil.
- Claro, mas o homem, como compositor, produziu pouco.
Aí fomos lembrando. Chegamos a sete músicas compostas pelo gênio.
João Gilberto é talento na música. Gostar da sua musicalidade é gostar de viver o silêncio do que poderia ter sido dito e que não foi. Na sua música tudo é silencio. Música é silencio. E silencio se ouve com a frouxidão de todos os sentidos.
Nesta quinta-feira no Compositores do Brasil vamos ouvir o silêncio musical de João Gilberto, como compositor. Desta feita o descobridor de tesouros da Música Popular Brasileira nos deliciará em sete músicas de suas criações, por obra e graça de indiretas e diretas provocações de Gil e de Rafael. Não sustento que João Gilberto teria ficado somente em sete composições. Com o João tudo é meio estrambótico, coisas de gênio.
Na sequencia, com João Gilberto, de sua autoria:
ACAPULCO;
HO-BA-LÁLÁ;
JOÂO MARCELO;
COMO SÃO LINDOS OS YOUGUIS (Bebel)
BIM-BOM;
INDIÚ,
UM ABRAÇO NO BONFÁ.
Quem ouvir verá!
Programa compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri
Na web: www.radioeducadoradocariri.com)
Acesse: www.blogdocrato.com
Todas às quintas-feiras, de 14 as 15 horas
Produção, pesquisa e apresentação de Zé Nilton
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