TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 19 de setembro de 2010

Não somos pastiche do discurso de ningúem - José do Vale Pinheiro Feitosa

Tenho vindo pouco aos blogs do Cariri. Melhor dizendo: àqueles para os quais escrevo. Ando atarefado com um projeto e quando entro na rede é com objetivos de pesquisa específicos. Mesmo assim percebi algumas coisas.

O debate eleitoral está morno e não se toca nas eleições estaduais, tão importantes para todos. Os que simpatizam com o governo Lula e apóiam a sua candidata costumam comemorar as boas estatísticas que prevêem a vitória da candidata Dilma no primeiro turno e uma ou outra crítica ao comportamento das grandes redes de mídia.

Os que apóiam o Serra, mais raros em alguns blogs e mais comuns em outros, não comemoram, apenas postam artigos da Revista Veja que se tornou o Cavalo de Tróia da esperança num segundo turno. Debate de um programa tucano para ser diferente dos petistas, nenhum.

Isso significa que nós aí nos blogs estamos empobrecidos de argumentos? Acho que não, pois escrevem neles pessoas brilhantes, bem informadas e que têm uma visão de mundo bastante crítica. Então qual é o problema?

Existe aquele círculo de giz que aprisiona nossas mentes ao um provincianismo que se apega tanto ao umbigo não por um conservadorismo puro simples. É muito mais por uma inação face à sensação que a roda que move o mundo mesmo se encontra fora de nossos limites. Encontra-se nas capitais ou no eixo do sul e sudeste.

Mais uma vez isso reflete o puro hábito de se resumir a fontes externas, sem mover as nossas próprias. Por isso é que o pessoal ligado aos tucanos, especialmente aquele vinculado à Prefeitura, à luta política dentro da URCA ou outros projetos políticos, tanto gosta de apenas postar os “escândalos” da Veja.

É como se estas cabeças brilhantes estivessem em estágio zen de contemplação da realidade que não parece a dela. Esta semana o Zé Flávio escreve sobre um aparelho de saúde que inexistia na região: um hospital público. Isso era para ter aberto um ótimo debate neste momento.

Parece que existe apenas um ranço de defender posições. Se lixem para as posições gente que pensa. Tragam a questão do Cariri, das eleições estaduais, o que ela significa para superar a trama que move a vida de todos. Nós no Cariri existimos por nós mesmos, por isso pensamos por nós. Não somos pastiche do discurso de ninguém.

Um comentário:

Unknown disse...

Feitosa, a questão é que no Crato, as agressões são constantes a quem discorda da prefeitura. O "prototucanato" é até mais agressivo que os tucanos, posto que são cabos eleitorais ou comissionados que defendem o rendimento.
O resto é o subconservadorismo local, anacrônico e senil que não dialoga, apenas bate.