Quando o tímido e insosso deputado Marcos Cals abdicou de mais um provável mandato de Deputado Estadual para concorrer à governadoria do Estado, certamente o fez em atenção ao chefe “de fato” do PSDB (embora não “de direito”), um certo Senador da República. Esperava, mui provavelmente, que o nobre Senador conseguisse induzir o eleitor cearense a sufragá-lo nas urnas, transferindo-lhe um caminhão de votos e mais alguma coisa. Pelo andar da carruagem, entretanto, a tal da “transferência” não vingou (é preciso ter cacife pra tal) e a votação do senhor Cals será tão tímida quanto o seu recatado desempenho pessoal (prova provada que o tal Senador da República não ta com essa bola toda, já que até sua própria reeleição não está assegurada).
Rebocado do parlamento estadual para integrar o secretariado do Governador do Estado Cid Gomes (de quem privava da amizade pessoal) até poucos meses atrás, o que o senhor Cals certamente não esperava é que se visse obrigado, por um desses “milagres”
da política, a jogar pesado e ter que “meter o malho” – e até de uma forma um tanto quanto desrespeitosa e virulenta - no ex-chefe e no seu irmão Ciro Gomes, ao repercutir na “telinha” uma reportagem (sem provas) de uma revista que já foi séria e hoje se transformou em verdadeiro “esgoto” da mídia brasileira (Revista VEJA), tratando do “desvio’ de 300 milhões de reais.
Como, pelo próprio temperamento e postura, o senhor Cals não é dado a arroubos tais, a hipótese mais provável é que tenha sido “aconselhado” por alguém do partido a desfraldar tal bandeira, a fim de lançar suspeitas sobre a honestidade e honradez dos
irmãos e conseguir alguns votos a mais (pra amenizar um pouco o vexame), mesmo que à custa do rompimento de uma amizade antiga.
Coincidentemente, a “coisa” houvera sido demarcada lá atrás, a partir do momento em que o tal Senador da República, à procura de apoio político, encontrou dificuldades para ser recebido pelo Governador do Estado (que também deixou de atender telefonemas
do próprio) sob a pueril desculpa de “falta de datas”. Ao recorrer ao irmão, Ciro Gomes, também não encontrou a receptividade devida, deixando-o apoplético.
E aí aconteceu um outro “milagre” da política: o confronto público, aberto e azedo do criador (o nobre Senador da República) e da criatura (família Ferreira Gomes), já que as denúncias (ainda não comprovadas) da revista VEJA, que põem em cheque a honestidade e seriedade dos Gomes, parece se ter transformado no “brinquedinho” preferido do antigo e arrogante aliado.
Como na pouco cheirosa arena política reina o cinismo, a desfaçatez e a hipocrisia, a pergunta que fica é: será que, tal qual os milagres do Padre Cícero (que tinham dia e hora marcados pra acontecer) após as eleições teremos o “milagre da ressurreição” na política cearense, com os Gomes e o nobre Senador da República confraternizando publicamente em nossa frente???
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(*) Por indicação do Zé Flávio Vieira e do Darlan Reis aportamos a partir de hoje aqui no Cariricult, atendendo honroso convite que nos foi formulado pelo Salatiel (não tivemos, ainda, a oportunidade de ser apresentado a nenhum deles, embora os conheçamos).
3 comentários:
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Outro Zé que engrandece a nossa revista virtual! Muito nos honra sua presença por aqui.
Agradecemos ao Darlan e ao Salatiel.
Procuraremos corresponder a expectativa.
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