Será que nesse mundão de Deus existirá alguém dotado da paciência do bíblico Jó e ao mesmo tempo possuidor de um estômago de avestruz (que, dizem, é capaz de “processar” sem maiores dificuldades tudo que lhe chega) ??? Sim, porque, definitivamente, é preciso se ter tais predicados/qualidades (paciência de Jó e estômago de avestruz) para agüentar pratos tão indigestos quanto os oferecidos ao seu leitor pela nossa dita “grande imprensa”.
Fragorosa e contundentemente derrotada nas eleições recém-findas, quando usou e abusou dos mais deploráveis e abjetos meios possíveis objetivando derrotar a candidata governista, eis que, uma semana após, ela, a nossa dita “grande imprensa”, volta a investir furibunda contra o governo do maior presidente brasileiro dos últimos tempos, por conta de uma falha de impressão em um dos cadernos (o de capa amarela) nas provas do Enem.
É o que se pode depreender da notícia divulgada pela Folha de São Paulo, edição de 07.11.10, que não deixa quaisquer resquícios de dúvidas quanto à sua atávica e medular desonestidade (ou parcialidade, se os puritanos preferirem um linguajar mais brando e suave): “Erro no Enem afeta 3,4 milhões de alunos”.
Em português claro e cristalino, segundo a Folha de São Paulo TODOS os alunos que participaram do Enem se defrontaram com o tal erro e, portanto, o Ministro da Educação teria que ser demitido sumariamente, e ao governo comandado pelo presidente Lula, composto de sindicalistas irresponsáveis e incompetentes, a única alternativa seria partir para a realização de uma nova prova, uma nova avaliação (ou mesmo - supremo desejo - "detonar" de vez com o Enem), porquanto todas as provas disponibilizadas aos concorrentes – milhões de provas - continham erro.
Mas...
Como nos ensina o grande filósofo Branxú, nada melhor que um dia atrás do outro com uma noite no meio (pra refrescar e desanuviar a cachola), eis que no alvorecer do novo dia constatou-se que apenas os que usaram o caderno de capa amarela, cerca de dois mil alunos (ou 0,06% - seis centésimos por cento - dos concorrentes), num universo de 3,4 milhões, teriam sido prejudicados por conta de uma falha gráfica (e para os quais, evidentemente, o governo oferecerá, sim, uma solução).
Pegando carona em tal situação, um atento e perspicaz leitor, desses “caxias”, que não deixam escapar nada, não perdeu a oportunidade e fez uma simplória mas objetiva analogia entre as recentes eleições e as provas do Enem: como o percentual de falha verificada no funcionamento das revolucionárias urnas eletrônicas brasileiras nas eleições 2010 foi de “astronômicos” 0,4% (sete vezes maior que a ocorrência observada no exame do Enem), a “grande imprensa” brasileira, prá ser coerente e usar de um necessário tratamento isonômico, bem que poderia pedir a anulação das eleições recém-findas. Por que não ???
Isonomia, já e... durma-se com um barulho desses !!!
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