Lá no Alto do Urubu, na clareira que reúne os Filósofos da Batateira, houve uma reunião de súbito. O grande Chico Preto convocara às pressas. Pretendia fazer um comunicado à assembléia dos pares: Mitonho, Zé de Dona Maria, Chambaril, Chico Breca, Fan, Lô, Placa Branca, Dedé, Maninho e Bacurin. Os convocados lá estiveram.
Chico abre o comunicado: com satisfação anuncio que o mundo é igual. Que as coisas são diferentes entre si, mas iguais em todos os lugares do espaço. Já sabíamos das ilhas de nebulosas, que elas se repetiam até os confins de suas fugas em expansão do universo. Mas agora já se conhecem tantos planetas fora do sistema solar, que a banalidade é como feijão no prato. Mas agora tudo ficou mais afirmativo ainda. Foi descoberto um planeta fora da via láctea. O que existe aqui, também existe lá, e o que existe lá acontece além.
Mitonho toma a palavra para perguntar qual o significado exato desta igualdade.
É que nada é especial. Não existem escolhidos. Se eu sou negro como sou e você tem cara de índio como tem e Chico Breca cara de branco como é, nada acaba nesta pluralidade. Lá adiante existem tantos outros negros, índios e brancos como nós aqui. É isso.
Chambaril apenas comenta: só precisa ser assim no de comer.
Reunião curta? Qual o quê! Zé de Dona Maria tem algo a comunicar também. E bote fala difícil é sobre o Colisor de Hádrons. Nem olhem para o lado com esta cara de enfado. Zé já está dizendo: os caras estão conseguindo, acelerando átomos de chumbo, formar um plasma extremamente quente e denso. Um plasma que é uma sopa de partículas que já não se atraem mais. Assim é possível entender como funciona a força que atrai as partículas na massa dos átomos. A rapidez com que estão chegando aos segredos do infinitamente pequeno vai gerar um mundo muito diferente de tudo que conhecemos. Um mundo com energia abundante, mas uma civilização extremamente organizada para que as partes não desagreguem.
A relação entre a física a sociedade humana estava por demais evidentes quando Chico Preto resolveu antecipar a sua fala da próxima reunião. Ele disse: cientistas conseguiram obter átomos de antimatéria. Como vocês sabem a antimatéria é a imagem invertida da matéria: têm massa idêntica à sua partícula, mas com carga elétrica inversa. Mas o danado é que não tem motivo para a escolha do universo: tem mais matéria do que antimatéria, pois esta é instável e logo desaparece. Onde tudo se transforma, existe algo que desaparece. Então os cientistas conseguiram capturar e examinar átomos de anti-hidrogênio em laboratório. Isso tem uma implicação imensa, pois comprova o que a teoria já descobrira que existia, além de demonstrar que é possível criar condições usando os elementos do mundo para provocar algo que apenas se imagina ter existido no início dos tempos. Ao trazer o início para o meio, não estão dando conta que estão embaralhando a linha do tempo das coisas. Se repetimos o princípio agora, é que este princípio não é substrato findo. Ou seja, a linha não seria mais de princípio e fim. Estes, o princípio e o fim, apenas passariam a mera categoria de convenção.
Pois ontem eles desceram o morro com a cabeça dando nó em pingo d´água.
Chico abre o comunicado: com satisfação anuncio que o mundo é igual. Que as coisas são diferentes entre si, mas iguais em todos os lugares do espaço. Já sabíamos das ilhas de nebulosas, que elas se repetiam até os confins de suas fugas em expansão do universo. Mas agora já se conhecem tantos planetas fora do sistema solar, que a banalidade é como feijão no prato. Mas agora tudo ficou mais afirmativo ainda. Foi descoberto um planeta fora da via láctea. O que existe aqui, também existe lá, e o que existe lá acontece além.
Mitonho toma a palavra para perguntar qual o significado exato desta igualdade.
É que nada é especial. Não existem escolhidos. Se eu sou negro como sou e você tem cara de índio como tem e Chico Breca cara de branco como é, nada acaba nesta pluralidade. Lá adiante existem tantos outros negros, índios e brancos como nós aqui. É isso.
Chambaril apenas comenta: só precisa ser assim no de comer.
Reunião curta? Qual o quê! Zé de Dona Maria tem algo a comunicar também. E bote fala difícil é sobre o Colisor de Hádrons. Nem olhem para o lado com esta cara de enfado. Zé já está dizendo: os caras estão conseguindo, acelerando átomos de chumbo, formar um plasma extremamente quente e denso. Um plasma que é uma sopa de partículas que já não se atraem mais. Assim é possível entender como funciona a força que atrai as partículas na massa dos átomos. A rapidez com que estão chegando aos segredos do infinitamente pequeno vai gerar um mundo muito diferente de tudo que conhecemos. Um mundo com energia abundante, mas uma civilização extremamente organizada para que as partes não desagreguem.
A relação entre a física a sociedade humana estava por demais evidentes quando Chico Preto resolveu antecipar a sua fala da próxima reunião. Ele disse: cientistas conseguiram obter átomos de antimatéria. Como vocês sabem a antimatéria é a imagem invertida da matéria: têm massa idêntica à sua partícula, mas com carga elétrica inversa. Mas o danado é que não tem motivo para a escolha do universo: tem mais matéria do que antimatéria, pois esta é instável e logo desaparece. Onde tudo se transforma, existe algo que desaparece. Então os cientistas conseguiram capturar e examinar átomos de anti-hidrogênio em laboratório. Isso tem uma implicação imensa, pois comprova o que a teoria já descobrira que existia, além de demonstrar que é possível criar condições usando os elementos do mundo para provocar algo que apenas se imagina ter existido no início dos tempos. Ao trazer o início para o meio, não estão dando conta que estão embaralhando a linha do tempo das coisas. Se repetimos o princípio agora, é que este princípio não é substrato findo. Ou seja, a linha não seria mais de princípio e fim. Estes, o princípio e o fim, apenas passariam a mera categoria de convenção.
Pois ontem eles desceram o morro com a cabeça dando nó em pingo d´água.
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