“E quando o trovão
Acorda o sono nestes tristes vales
Ecos de um clamor medonho
Desce lá da serra
E estremece tudo por aqui
São os curumins as mães os pais
Dos velhos cariris”...
(Triste Vales, Zé Nilton)
COMPOSITORES DO CARIRI
Texto de Carlos Rafael Dias
A música do Cariri cearense ecoa desde os tempos remotos. Os indígenas cariris, primeiros habitantes deste torrão, eram genuínos músicos. Este legado vem se perpetuando na musicalidade regional dos herdeiros da tribo, misturado aos sons que aqui chegaram com os estrangeiros da época da colonização às últimas novidades sonoras trazidas pelas mídias contemporâneas. Entre as maviosas notas que soam do rústico pife de taboca sob a marcação ritual dos tambores afros, entrelaçam-se os acordes dissonantes do violão bossanovista e os solos distorcidos das guitarras roqueiras.
Mas a música caririense tem um algo mais. Talvez um atrativo que combina o aroma acentuado do pequi ao gosto raro do buriti. Talvez seja o lendário canto da Iara que guarda as fontes de águas cristalinas das encostas serranas, fisgando corações românticos como o visgo que pega passarinho.
Na obra dos compositores caririenses, ouvidos atentos podem captar muito mais do que os poucos minutos de cada canção. Nela podem ser ouvidos os ecos de quatrocentos anos de história, onde as lendas se confundem com a epopéia dos homens que traduzem suas vidas em um espetáculo diuturno de fé, coragem, esperança, trabalho e muita arte.
Aqui, todos os sons se fundem. O canto da cigarra prenunciando inverno bom. O sino da igreja chamando os fiéis. A velha amplificadora irradiando as boas novas para além do perímetro urbano. A banda de música animando os eventos, percorrendo ruas ou fazendo tremer os coretos. O burburinho da feira com seus artistas mambembes. Serestas e seresteiros sempre vivos enquanto existir um coração apaixonado...
O programa Compositores do Brasil, desta quinta-feira, 30 de dezembro, presta uma homenagem aos compositores caririenses ciente de que importantes nomes da música regional foram omitidos. Mas o leque sonoro abordado é por demais representativo do ecletismo regional. Para degustar plenamente o programa, recomenda-se, se puder, que se deite em uma rede em uma varanda com vista para o vale, deixando a brisa serrana espantar o calor deste ano que se finda...
É apenas um pequeno mostruário, pois o espaço é pequeno para tamanha grandeza.
Na sequencia:
O Poeta, de Abidoral Jamacaru e Xico Chaves, com Abidoral Jamacaru
Levada de Coco, de Francisco Saraiva, com Herdeiros do Rei
Galope Diferente, de Jonteilor, Cícero Brasil e Edvânio Nobre, com Jonteilor
Cantoria de Reis, de Antonio Queiroz e Júnior Boca, com Dr. Raiz
A Pressa, de Igor Arraes, com a banda Nacacunda
Calar o amor, de Leninha Vaz, com Leninha Vaz
Amor Beato, de Zé Nilton e Francisco Sávio, com Zé Nilton e João do Crato
Tambores e Maracás, de Lifanco, com Lifanco
Flor do Mamulengo, de Luís Fidélis, com Luís Fidélis
Terras Brasileiras, de Pachelly Jamacaru e Marcus Vinícius, com Pachelly Jamacaru
Pra Cantar o Amor Distante, de Cleivan Paiva e Rosemberg Cariry, com Cleivan Paiva
Venham Ver as Belezas do Crato, de Correinha, com Correinha
Chuva de Janeiro, de Geraldo Júnior, com Geraldo Júnior
Quem ouvir, verá!
Programa: Compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri (www.radioeducaroradocariri.com)
Telefone: (88)3523-2705
Todas as quintas de 14 as 15 horas
Pesquisa, produção de Carlos Rafael
Apresentação de Carlos Rafael e Zé Nilton
Operador high tech: Iderval Dias
Direção Geral: Dr. Geraldo Correia Braga
Acorda o sono nestes tristes vales
Ecos de um clamor medonho
Desce lá da serra
E estremece tudo por aqui
São os curumins as mães os pais
Dos velhos cariris”...
(Triste Vales, Zé Nilton)
COMPOSITORES DO CARIRI
Texto de Carlos Rafael Dias
A música do Cariri cearense ecoa desde os tempos remotos. Os indígenas cariris, primeiros habitantes deste torrão, eram genuínos músicos. Este legado vem se perpetuando na musicalidade regional dos herdeiros da tribo, misturado aos sons que aqui chegaram com os estrangeiros da época da colonização às últimas novidades sonoras trazidas pelas mídias contemporâneas. Entre as maviosas notas que soam do rústico pife de taboca sob a marcação ritual dos tambores afros, entrelaçam-se os acordes dissonantes do violão bossanovista e os solos distorcidos das guitarras roqueiras.
Mas a música caririense tem um algo mais. Talvez um atrativo que combina o aroma acentuado do pequi ao gosto raro do buriti. Talvez seja o lendário canto da Iara que guarda as fontes de águas cristalinas das encostas serranas, fisgando corações românticos como o visgo que pega passarinho.
Na obra dos compositores caririenses, ouvidos atentos podem captar muito mais do que os poucos minutos de cada canção. Nela podem ser ouvidos os ecos de quatrocentos anos de história, onde as lendas se confundem com a epopéia dos homens que traduzem suas vidas em um espetáculo diuturno de fé, coragem, esperança, trabalho e muita arte.
Aqui, todos os sons se fundem. O canto da cigarra prenunciando inverno bom. O sino da igreja chamando os fiéis. A velha amplificadora irradiando as boas novas para além do perímetro urbano. A banda de música animando os eventos, percorrendo ruas ou fazendo tremer os coretos. O burburinho da feira com seus artistas mambembes. Serestas e seresteiros sempre vivos enquanto existir um coração apaixonado...
O programa Compositores do Brasil, desta quinta-feira, 30 de dezembro, presta uma homenagem aos compositores caririenses ciente de que importantes nomes da música regional foram omitidos. Mas o leque sonoro abordado é por demais representativo do ecletismo regional. Para degustar plenamente o programa, recomenda-se, se puder, que se deite em uma rede em uma varanda com vista para o vale, deixando a brisa serrana espantar o calor deste ano que se finda...
É apenas um pequeno mostruário, pois o espaço é pequeno para tamanha grandeza.
Na sequencia:
O Poeta, de Abidoral Jamacaru e Xico Chaves, com Abidoral Jamacaru
Levada de Coco, de Francisco Saraiva, com Herdeiros do Rei
Galope Diferente, de Jonteilor, Cícero Brasil e Edvânio Nobre, com Jonteilor
Cantoria de Reis, de Antonio Queiroz e Júnior Boca, com Dr. Raiz
A Pressa, de Igor Arraes, com a banda Nacacunda
Calar o amor, de Leninha Vaz, com Leninha Vaz
Amor Beato, de Zé Nilton e Francisco Sávio, com Zé Nilton e João do Crato
Tambores e Maracás, de Lifanco, com Lifanco
Flor do Mamulengo, de Luís Fidélis, com Luís Fidélis
Terras Brasileiras, de Pachelly Jamacaru e Marcus Vinícius, com Pachelly Jamacaru
Pra Cantar o Amor Distante, de Cleivan Paiva e Rosemberg Cariry, com Cleivan Paiva
Venham Ver as Belezas do Crato, de Correinha, com Correinha
Chuva de Janeiro, de Geraldo Júnior, com Geraldo Júnior
Quem ouvir, verá!
Programa: Compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri (www.radioeducaroradocariri.com)
Telefone: (88)3523-2705
Todas as quintas de 14 as 15 horas
Pesquisa, produção de Carlos Rafael
Apresentação de Carlos Rafael e Zé Nilton
Operador high tech: Iderval Dias
Direção Geral: Dr. Geraldo Correia Braga
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