TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CANÇÃO MÍNIMA

no mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.
e, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa deuma borboleta

(cecília meirele)

5 comentários:

lupin disse...

CECÍLIA MEIRELES!

Arcoiris No Horizonte disse...

Pela primeira vez o vejo tão romântico. Algo mudou em ti, será tua nova data, teu coração está mais despertado que antes? O que o fizera ficar assim?
Lindo
Te amo
Beijos
Íris Pereira

lupin disse...

íris, meu lado mais sensível às vezes aflora.
cecília meireles é mesmo muito suave e doce.
...e você uma grande amiga
a pastorar minhas postagens.
besitos.

Zé NIlton disse...

Lupin, de tudo dessa postagem, me amarrei nas indagações de Arcoiris no Horizonte. Fez-me lembrar dos versos do indefectível (gostou ?) Manuel Bandeira. Seu poema "Cotovia", diz:

Alô, cotovia!
Aonde voaste,
Por onde andaste,
Que saudades me deixaste?
- Andei onde deu o vento.
Onde foi meu pensamento
Em sítios, que nunca viste,
De um país que não existe . . .
Voltei, te trouxe a alegria.
- Muito contas, cotovia!
E que outras terras distantes
Visitaste? Dize ao triste.
- Líbia ardente, Cítia fria,
Europa, França, Bahia . . .

- E esqueceste Pernambuco,
Distraída?

- Voei ao Recife, no Cais
Pousei na Rua da Aurora.

- Aurora da minha vida
Que os anos não trazem mais!

- Os anos não, nem os dias,
Que isso cabe às cotovias.
Meu bico é bem pequenino
Para o bem que é deste mundo:
Se enche com uma gota de água.
Mas sei torcer o destino,
Sei no espaço de um segundo
Limpar o pesar mais fundo.
Voei ao Recife, e dos longes
Das distâncias, aonde alcança
Só a asa da cotovia,
- Do mais remoto e perempto
Dos teus dias de criança
Te trouxe a extinta esperança,
Trouxe a perdida alegria.

Pois é, Lupin, parodiando:

"Pela primeira vez o vejo tão romântico. Algo mudou em ti, será tua nova data, teu coração está mais despertado que antes? O que o fizera ficar assim?
Lindo
Te amo
Beijos"

lupin disse...

zé nilton, primeiro, muito bem colocado o poema do mané bandeira.
poeta que engrandece a nossa língua. lindo mesmo!
segundo, sou assim, plural (plurianual?),alterno a leveza com estados de crueza.
a crueza tem tido mais atenção.
é como vejo melhor o mundo.
valeu mesmo pelas palavras e pelo comentário.
grande abraço.