O triunfo continua presente como prova de que existem classes sociais e ideologia de classe. Neste sentido todo o cabedal do laissez fair filosófico do pós-guerra, talvez por agregação, chamado pós-moderno, continua a ressentir-se de natureza ontológica. Clama pela liberdade extremada do indivíduo, tentando esquecer que não toca nem um dedo na realidade política dominante. A pós-modernidade e a sua visão estética das artes é o maior exemplo do “espírito libertário” nos aquários das galerias de arte.
A liberdade que se fala na relação entre sujeito e o objeto tem como norte exatamente a estética que elabora um senso de apreensão desta realidade. Uma estética que não se dilui muito além do que o espírito capta como análise científica ou análise objetiva da realidade.
O que se pretende é contribuir para a superação dos domínios de classe e em perspectiva histórica, para a superação da separação das pessoas em classes. Isso a ideologia pós-moderna não dar conta. Sem sujeito, vinculações e um extremidade atomizada das pessoas, tudo se parece com um enxame de abelhas sem colméias. Num toque suave: sem mel.
A questão do trabalho continua central para a civilização. O capital é o móvel da vida material. E a acumulação com a extração de valor do trabalho continua a ter a mesma dinâmica desde o século XVIII. Mesmo que se chegue a modelos não fordistas da indústria, o realismo do toyotismo desagrega a esteira, mas não o eixo principal da relação trabalho e capital.
O toyotismo pode explicar menos a pós-modernidade do que se pensa. Talvez a dinâmica do capitalismo financeiro, globalizado, a cobrar “derrama” de toda a humanidade consumidora de commodities e tecnologia de base científica, esteja no centro desta ideologia de Shopping Center.
Um exemplo de tal alienação é o tal impostômetro num prédio em São Paulo. A partir daí todo o mal se resume aos impostos cobrados pelo Estado, muitas vezes para financiar o bem estar geral. Então o imposto está na lógica de desonerar os capitais do peso morto da sociedade. Não é incomum que amigos nossos faísquem seus pensamentos com os números do impostômetro.
A verdade é bem outra. A “derrama” se encontra em cada software que uso para digitar estas idéias, no medicamento que o diabético usa diariamente, nas peças de reposição da parafernália tecnológica das residências. A “derrama” sobre o preço dos alimentos, dos defensivos agrícolas, das sementes modificadas geneticamente e dos adubos para a grande produção. A “derrama” do copyright, entre todos os citados e mais outros, para o sistema financeiro em bolsa de valores e nos “empréstimos” a juros de permanentes e decididos por quem cobra.
Um comentário:
"Proletários de todos os países, uni-vos!"
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