Carlos Rafael Dias
Especial para o Cariricult e Cariri Encantado
Terça-feira, 12 de julho de 2011. Terceiro dia de Expocrato e abertura do II Palco Sonoro URCA-BNB no Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcante, Crato, Ceará, Brasil, Mundo. Cheguei por volta das 10 horas. Atrasadíssimo por conta da Renovação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria lá em casa. Como acontece todos os anos neste dia, também em comemoração ao meu casamento com Fran. Salatiel, avisou-me Paulo Fuísca, estava irritadíssimo com a minha ausência. Fui logo enfrentar a fera. Não se deve protelar problemas. O som rolava alto e solto. Banda Trimurti, de Gravatá, Pernambuco, Trazida por Calazans Callou para também acompanhá-lo no seu show, no dia seguinte. Heavy progressivo. Pesado e, ao mesmo tempo, leve. Antes de me desculpar, Salatiel, mentor e coordenador do Palco, baixou a guarda. Acho que por conta do astral que irradiava. Boa parte da galera esperta e antenada estava lá. Fui logo atrás de um gorozinho. Orlando indicou-me a fonte. Cerveja de 600 ml por R$ 3,50. E supergelada. Comprava-se de três em três. Matemática lógica. Acho que sorvemos umas trinta e três. Calazans apareceu. Falou da banda e do show. Esbarrei em Marcos Lobisomem que me deu a boa nova: ia estrear sua nova banda logo mais. El Capone Tá Bebo. Apresentou seus músicos. Todos, pra mim, até ali, desconhecidos. Salatiel, ainda bem, antecipou. Disse que o guitarrista toca pra caralho. Fiquei pagando pra ver. Depois do Trimurti, tocou uma banda de uma galerinha muito boa. Pop Rock esperto. Eficiente. Quarto Estágio é o nome da banda. Ela mistura roquinhos leves com rap. Às vezes, surpreende com um hardcore. Legal. Comecei a balançar o pé em sinal de aprovação. Nem estava supondo o que iria acontecer em seguida. El Capone sobe ao palco. Salatiel me convida para dizer umas palavras no microfone. Gritei a velha senha de guerra: É roquienrrol na cabeça! A banda começa a tocar de improviso para equalizar o som. Senti firmeza. O guitarrista (seu nome é Aquiles e ele tem calcanhares fortes) manda ver com todos os dedos ao mesmo tempo na guitarra semiacústica verde que era de Marcos Lobisomem desde os tempos dos Pombos Urbanos. O batera bateu firme como que dizendo “aumenta que isso aí é roquienrrol!”. O Baixista, de cabelo rasta, acompanhava tranquilão. Marcos Lobisomem... Deixa pra lá. Marcos é Lobisomem e pronto. A banda tocou uma cinco músicas autorais. Entrou com um instrumental que lembra Hendrix nos seus melhores dias. O garotão guitarrista se responde. O batera lembra muito o mito Keith Moon. Até a acrobacia nas baquetas. Fiquei babando. Vi uma Supernova nascer. Mas ainda não tinha visto tudo. O garotão guitarrista de figura aquilina cantou. Pelamordedeus! Uma voz que lembra Serginho Dias no auge dos Mutantes progressivo. Mas ainda não tinha visto tudo. Salatiel avisou-me: a banda que fecharia a noite, Cariri Blues, é a banda paralela do guitarrista que agora, naquele momento, me enchia os olhos e ouvidos. E tocaria Luiz Gonzaga, aquele do Exu, mas que tinha um pesinho no sul dos Estados Unidos (Mississipi-Alabama). E tocou. Pra caralho.
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