Como não somos de ficar em cima do muro, guardar conveniências ou sair por aí sem tirar o sabão do corpo, já tivemos oportunidade de afirmar, aqui mesmo e em diversas oportunidades, que, lamentavelmente, no Brasil os desmandos afloram e se encontram presentes em todas as esferas do poder constituído (Executivo, Legislativo e Judiciário) e não será um Presidente (a) da República sério e bem intencionado (como o é a Dilma Rousseff) que irá debelá-los da noite pro dia, de uma hora pra outra, usando uma simplória varinha mágica de condão. Isso porque se trata de uma “questão cultural”, estratificada secularmente, arraigada em profundidade e solidamente fincada em terreno rochoso; portanto, demandará tempo, muito trabalho e paciência a fim que seja definitivamente varrida do mapa ou exterminada de uma vez por todas.
Agora mesmo, causou o maior qüiproquó e passou a ser discutido nos lares, bares, na rua, supermercados, motéis, igrejas, entre quatro paredes, nos altos escalões e em qualquer rodinha que se estabeleça no meio da rua, a corajosa declaração da ministra-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, ao admitir que “...há bandidos escondidos atrás da toga”, que “...existe corrupção no poder Judiciário, como existe em todos os segmentos da sociedade brasileira e eu tenho o dever constitucional de combatê-la” e, alfim, ao provocar sarcasticamente: "Sabe que dia eu vou inspecionar São Paulo? No dia em que o sargento Garcia prender o Zorro. É um Tribunal de Justiça fechado, refratário a qualquer ação do CNJ” (aqui pra nós: qual seria a razão ???).
Ora, todos nós sabemos que não existe no Brasil grupo mais corporativo do que o Poder Judiciário, já que muitos dos seus magistrados se julgam donos da verdade, senhores da razão, intocáveis criaturas, espécie de semi-deuses e, pois, inalcançáveis pelo mortal-comum (talvez em razão da multifacetada cultura adquirida), daí a reação irada e apopléctica do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) César Peluzo, exigindo um pedido de desculpas formal da magistrada. Ao que esta não titubeou em responder “Eu não tenho que me desculpar. Estão dizendo que ofendi a magistratura, que ofendi todos os juízes do país. Eu não fiz isso de maneira nenhuma. Eu quero é proteger a magistratura dos bandidos infiltrados. Estou atenta às minhas responsabilidades, aos meus deveres constitucionais para que um dia eu possa dizer, depois da minha aposentadoria: nunca mais o despotismo, regerá a nossa Nação”.
Aqui pra nós, a verdade verdadeira é que os “pseudos” donos do poder e da razão (integrantes do Judiciário) não admitem qualquer espécie de controle – externo ou interno - e querem é tirar o poder da corregedoria do CNJ para investigar os crimes (graves e diversos) praticados por juízes, delegando a tarefa aos tribunais regionais (onde eles seriam julgados por seus pares, com resultados pra lá de previsíveis).
Basta que se diga que dos 33 juízes punidos pelo Conselho Nacional de Justiça, desde a sua criação (em 2005), o Supremo Tribunal Federal já concedeu liminares suspendendo as penas de 15 deles (e neste momento nada menos que 35 desembargadores estão sendo investigados pela corregedoria do CNJ).
E você, aboletado aí em sua poltrona do outro lado da telinha, sorvendo aquela “loura suada” estupidamente gelada e tirando o gosto com panelada (ou lagosta, por que não ???), acha mesmo que “Suas Excelências” (os nossos bravos juízes) devem continuar mandando e desmandado, casando e batizando, fazendo e acontecendo, sem nenhuma contestação ??? É justo isso ???
Um comentário:
Caríssimo José Nilton, o que mós "pobres mortais" podemos fazer? Bem que gostaríamos de ver todos estes bandidos presos, especialmente os pseudos "justiceiros" que lutam em prol da justiça, quando na verdade, são tão perigosos quanto qualquer outro tipo de bandido. Mas é mexer com gente grande... infelizmente, é uma questão de hierarquia. Aqui cabe relenbrar aquele velho adágio popular: "Manda quem pode, obedece quem tem juízo". Um grande abraço!!!
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