Nesse final de semana o incêndio entre oposição e situação
entrou em labaredas francas. A composição da oposição tem um ator principal
formado pelos grupos Abril da revista Veja, o Estado de São Paulo, o grupo Folha
e o sistema Globo de Comunicação e alguns atores secundário como o PSDB e o DEM.
A situação tem a enorme força do Governo e de uma Presidenta com apoio popular,
o PT e um grupo fluido de partidos que se alinham a qualquer governo.
Ora isso na democracia é assim mesmo, um grupo ataca, o
outro contra-ataque, o debate acontece, a sociedade se mobiliza e em boa
situação de temperatura e pressão o debate evolui para um patamar superior. Isso
tem sido a principal mecânica das democracias modernas e é tudo que ela oferece
de superior a qualquer outro regime.
Aqui no Brasil a mecânica não tem sido diferente só que as
posições estão se acirrando. O que antes seria o jogo entre oposição e situação
mudou de tom com as declarações de Gilmar Mendes, ex-presidente do Supremo
Tribunal Federal, para a revista Veja nesse fim de semana. Lula hoje é um
cidadão comum não tem cargo nenhum a perder, mas tem uma posição política sui
generis no país e até mesmo no cenário mundial. É um dos líderes mundiais desta
década.
Não sei como vocês tomaram conhecimento do assunto, mas até
onde cheguei parecia que o encontro entre Lula e Gilmar Mendes tinha acabado de
acontecer e ele de tão indignado correu para páginas oposicionistas. Mas que
nada. O fato se deu há um mês passado, está posto em cheque pois a testemunha
do encontro, Nelson Jobim nega o que Gilmar disse.
Realmente os grupos de mídia oposicionistas falam muito mal
da situação da Venezuela, mas passaram para um patamar de conflito unilateral uma
vez que por aqui não tem nenhuma liderança como Chávez provocando em resposta e
se dirigindo diretamente ao povo. A posição unilateral da mídia, ocupando o
espaço político dos partidos, ao invés de tratar da notícia, levou o debate
político necessariamente para ela.
A revista Veja está sob observação da CPMI, assim com a
revista Época da Globo e atiram em resposta com toda virulência que extraíram
da unilateralidade política do seu comportamento. Ao invés de discutir a
sociedade, a politica, o governo e a economia querem liderar uma visão de mundo
que sirva aos seus próprios interesses. Se afastando do ambiente público se
tornam parte da disputa.
Espera-se que a CPMI radicalize suas posições de ambos os
lados nesta semana. Não se sabe ainda onde vai parar, mas já ficou nítido nesta
semana que o tais grupos de comunicação pretendem criar uma barafunda pública a
ponto de melar a CPMI. Isso comprova que a verdade fática parece se encontrar
na investigação da Polícia Federal sobre o caso Cachoeira. E esta verdade é que
os grupos de comunicação ultrapassaram todas as regras da conveniência política
e pública. Sujaram a democracia.
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