Formação original da banda Fator Rh: Marcos Leonel, Lupeu,
Segestes Tocantins, Carlos Rafael e Calazans Callou
Segestes Tocantins, Carlos Rafael e Calazans Callou
O Fator Rh está
de volta depois de 22 anos de ausência. Via de regra, um revival de uma banda de rock é sempre uma celebração à vida.
Paradoxalmente, o retorno do Fator foi motivado, em grande parte, pelo desejo
de homenagear um membro morto da banda. Segestes Tocantins, guitarrista da
primeira formação do grupo, faleceu em 14 de maio de 2011, mas a notícia só
chegou até nós, parceiros seus na fundação da banda, em janeiro deste ano.
Fui o primeiro que soube do infausto acontecimento. Como
fazia anos e mais anos que não sabia do seu paradeiro, procurei informação
digitando o seu nome em um site de busca da Internet. A primeira informação que
acessei foi dando conta do seu falecimento. Foi um choque terrível.
Em julho último, conversando com Calazans Callou surgiu a
ideia de promover uma volta da banda com sua formação original (ou parte dela,
como se configurou depois) para a gravação de um disco-tributo em memória de
Segestes. Comunicados da ideia, Lupeu e Igor Arraes toparam na hora.
Completamos a formação da banda convidando três jovens músicos: o baixista Pedro
Igor, o guitarrista Victor Arraes e o baterista Jhonatas Ian. Detalhe: Pedro
Igor e Victor Arraes são, respectivamente, filho e sobrinho de Igor.
O problema maior que se interpôs ao pleno andamento do projeto
é que quase todos estão vivendo em cidades diferentes. Mas, mesmo que em dosagens
homeopáticas, o antídoto da “cura Rh” vem sendo ministrado progressivamente.
Ensaios – Os primeiros
ensaios foram só comigo e Igor. Ensaios caseiros de voz e violão para montar o
repertório com músicas garimpadas de gravações precárias dos primeiros ensaios
em um galpão onde Segestes morava, no Sítio Macacos, em Juazeiro do Norte.
Os ensaios seguintes, já no Return Studio, incorporaram os
novos membros. Num deles, Lupeu veio de Juazeiro da Bahia para participar. Os
próximos acontecerão em breve, com a presença de Calazans, vindo direto de
Recife.
Repertório – As músicas
que serão gravadas são, na maioria, da primeira fase da banda, quando Segestes
era o principal compositor, entre 1988 e 1989. Seis delas são de autoria exclusiva
de Segestes, todos com aquele toque musical característico e versos
ingenuamente belos: Cavaleiro negro (O
cavaleiro negro ataca à noite. Ele não quer mais saber da Távola Redonda), Choque
Elétrico (Essas traças ocidentais, essas
traças orientais. É tudo igual. Todo mundo japonês), Todos os sentidos (E não adianta ficar no meu caminho. Eu me
ligo mesmo é na madame Rock’n’Roll), Vera Gata (Tinha um toque de viola, mas soava como uma guita), Baby pensa (Deixei o leite em cima do fogão do meu quitinete
e fui passar a noite fora na casa de Margareth) e Símbolo sexual (Essa lata velha que aqui na Terra vocês
chamam orgulhosamente de meu automóvel).
O repertório segestiano
tocado pelo Fator Rh é um legado do tempo em que Segestes fez parte da banda
punk soteropolitana Contravenção. São canções cruas, mas afiadas e coerentes
com o cenário da música pop alternativa brasileira de meados da década de 1980.
Outras músicas a serem elencadas para compor o
disco-tributo, provisoriamente chamado de Provoque a cura Rh, serão preferencialmente
do primeiro repertório da banda, como Ele podia deixar de ser besta, Isso tudo,
Marinalva, Provoque a Cura (Fator Rh), Nomes e Sociedade de Consumo. As demais
serão composições que fizeram parte dos shows que se seguiram à saída de
Segestes da banda, em 1989, como Roda de pavão, Acenda-me, Serpentes na noite e
Nada de novo, além de músicas de uma banda efêmera, Os Papa-Figo, que fez
alguns shows entre julho e agosto de 1994 e era integrada por ex-membros do
Fator Rh, como eu, Calazans, Igor e Marcos Leonel, ao lado de Cacheado (bateria)
e Luís Carlos Saraiva (guitarra).
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