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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

José Mendes de Sá Roriz um Cratense Tortura do Morto - José do Vale Pinheiro Feitosa


Uma coisa interessante na história do Ceará é a participação de sua gente nos grandes eventos históricos do país. Não vou citar amplamente quadros da literatura, pintura, heróis, historiadores, fundadores de religião e assim por diante. Vou lembrar a contribuição de cearenses para as fileiras do Partido Comunista Brasileiro e por este engajamento viveram grandes perigos em sua vida.

O Médico Isnard Teixeira foi uma referência importantíssima, tendo vivido na Bahia e aqui no Rio orientou muita gente, entre elas Carlos Marighella. Quadros importantes do PCB eram cearenses, mas vou destacar uma pessoa muito especial: José Mendes de Sá Roriz.

Nasceu no Crato em 1927, filho de Belarmino de Sá Roriz e Leonina Mendes de Sá Roriz. Lutou na segunda guerra mundial, recebeu inúmeras condecorações e ali perdeu um olho. Durante um ataque na Itália Sá Roriz com risco de morte salvou a vida do General Cordeiro de Farias.

Reformado como 2º Sargento foi morar no Rio de Janeiro onde entrou para o PCB. Participou em movimentos sindicais, foi candidato a deputado federal e membro do Grupo do 11 fundado por Brizola.

Com o golpe de 64 foi preso, torturado e em 1965 foi exilado para o México. Lá ficou até 69 quando resolveu retornar ao Brasil pois um dos filhos estava com uma grave doença. Retornou clandestino.

A família de Sá Roriz vivia sendo presa para forçar o encontro dele. Em 28 de março de 1973 quadros da repressão invadiram sua casa, prenderam e torturaram seu filho mais novo de 17 e toda a família ameaçada até que Sá Roriz se apresentasse. Sá Roriz apresentou-se ao Marechal Cordeiro de Farias a quem salvara a vida, o filho foi libertado e Sá Roriz ficou 17 dias no DOI-CODI/RJ onde foi morto.

Esta história é para lembrar-nos que o ser humano se encontra sempre em primeiro lugar. Por isso mesmo práticas políticas violentas podem ser até justificadas na história, mas quando um país é tomado por um grupo político que “terceiriza” a violência para grupos a política é ferida e a corrupção humana mais perversa prevalece.

Espero que os gritos contra a corrupção não se tomem de espírito apenas pelos cofres públicos, mas tomem de horror igual e ao mesmo tempo pelo acúmulo de riquezas e pelos assassinos de alugueis e por aquele s que usurpam o poder popular para lhes perseguir.  




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