Uma porção de mar que banha uma região. A face da terra moldada
pelas vagas dos mares. Os mares, marés, esse conjunto que oscila como um
eletrocardiograma por vezes em ritmo sinusal, noutros em arritmia convulsa e
transbordante. O mar de Marina.
Que é para os brasileiros o DNA que toda cultura expressa.
Começamos a ser algo no universo variado dos povos, a partir de duas doçuras do
viver. Falo dos presentes. Que são os que nasceram após os anos 30 do século
XX.
Os doces que encantam as cordas vocais, moldam a face do
povo, dissolvem a rigidez dos momentos e multiplicam o futuro como algo
necessário. Viver é uma necessidade e não apenas uma opção, embora tantas
decisões façam parte.
Um dos referidos doces tem a melodia de Pixinguinha e sempre
que os brasileiros se fazem em rodas, com algum violão, ela surge como
expressão da alegria de ser e viver neste território. Quantos povos podem
exprimir conjuntamente: meu coração, não sei por que, bate feliz, quando te vê.
E seguir pelas ruas com os olhos contentes pela visão a
despertar-lhe felicidade. Ora não existe fortuna maior na história do que
pertencer a um mundo que não apenas se ilumina pelos nossos sentimentos, mas,
ao contrário, ele é quem é a fonte da felicidade. A verdadeira felicidade:
aquela que está lá e se manifesta com a própria força de seu bem-estar.
Mas não me julgues radical. Não pulo para o outro lado da
rua, como um rude a construir mensagens de sim e não. Sei da paz interior que
inventa contentamento uma vez reconhecendo outra doçura da cultura brasileira.
Pertence ao meu domínio, à elaboração afetiva no meu
interior, aos meus cuidados: que eu gosto e que é só meu, Marina você já é bonita
com o que Deus lhe deu. A felicidade interna que por necessitar de tantas
filigranas se aflita com este rosto pintado desnecessitado de cores quando é
minha Marina, morena, Marina.
Não tenho como interditar o feito e tampouco negar a minha
felicidade interior. E diante do inevitável, do expressamente acontecido, como
acomodar no mesmo espaço este sentimento que quando se zanga, não sabe perdoar?
E desse modo, entre o perdão que já nasceu com o pecado e o imperdoável que se
desmanchando no ar resta-me ficar de mal com você.
E maravilhosamente a cultura une essas doçuras da música
popular: o objeto da felicidade retorna à sua matriz externa de bem aventurança
no espaço deste espetacular mundo. A grande felicidade é objeto real deste
mundo a iluminar a pequena felicidade reconstruída nas sensações da memória e
nos sentimentos de aproximação da vida.
À Marina um olhar Carinhoso.
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