"não não não aquele mar não é o mar
sequer um postal noturno do mucuripe
enviado por um parente em algum sonho
são luzes, apenas
são meus olhos, apenas
ali não há barcos
nem peixes
nem o rapaz
que namorava
'sem ter medo da saudade
e sem vontade de casar'.”
Certa vez, aqui em Brasília, avistei o horizonte noturno da janela do oitavo andar. Luzes piscavam ao longe como barcos lentos no mar. Por um instante tive a certeza que estava em Fortaleza, que via o Atlântico em Fortaleza, que barcos vinham me buscar para Fortaleza. Eu subiria num pier no Lago Paranoá e ouvindo "Terral" do Ednardo, navegaria até o Mucuripe.
E escrevi esses versos, que estão no livro "A paisagem e a distância - poemas sobre Brasília e outras ilhas".
A saudade tem desses delírios. A saudade cria vontades e imagens. A saudade, ao contrário da música, dá vontade de casar.
Hoje é aniversário da cidade de Fortaleza, 287 anos. A morena desposada do sol - assim prefiro.
Daqui do cerrado meu peito cerrado de lembranças lhe abraça, Fortaleza.
sequer um postal noturno do mucuripe
enviado por um parente em algum sonho
são luzes, apenas
são meus olhos, apenas
ali não há barcos
nem peixes
nem o rapaz
que namorava
'sem ter medo da saudade
e sem vontade de casar'.”
Certa vez, aqui em Brasília, avistei o horizonte noturno da janela do oitavo andar. Luzes piscavam ao longe como barcos lentos no mar. Por um instante tive a certeza que estava em Fortaleza, que via o Atlântico em Fortaleza, que barcos vinham me buscar para Fortaleza. Eu subiria num pier no Lago Paranoá e ouvindo "Terral" do Ednardo, navegaria até o Mucuripe.
E escrevi esses versos, que estão no livro "A paisagem e a distância - poemas sobre Brasília e outras ilhas".
A saudade tem desses delírios. A saudade cria vontades e imagens. A saudade, ao contrário da música, dá vontade de casar.
Hoje é aniversário da cidade de Fortaleza, 287 anos. A morena desposada do sol - assim prefiro.
Daqui do cerrado meu peito cerrado de lembranças lhe abraça, Fortaleza.
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