Independentemente
do mérito (e há, sim) da medida adotada pelo Governo brasileiro em contratar
médicos estrangeiros para atuar nos inóspitos rincões do país (lá naquele “interiozão”
brabo), em razão da expressa “má vontade” dos profissionais formados aqui no
Brasil em para lá se deslocarem (701 cidades foram recusadas, na fase primeira
do programa “Mais Médicos”), afigura-se-nos esdrúxula e fora de propósito a
atitude de dezenas de “doutores” que, em Fortaleza, apopléticos e deseducados,
xingaram aos gritos de “incompetentes” e “escravos”, os médicos cubanos que
aportaram por aqui, quando saiam de uma reunião de boas-vindas patrocinada pelo
Ministério da Saúde.
Afinal,
humanistas e sensíveis como o são (ou deveriam ser, até por exigência da
própria profissão escolhida), nossos “doutores” (aqueles que participaram da
manifestação) perderam uma boa oportunidade de mostrar à sociedade seu espírito
desprendido e generoso, recebendo os colegas cubanos com fidalguia e companheirismo
e, se possível, incentivando-os pela iniciativa.
Só
que, ao partidarizarem a questão (o “cabeça” do movimento é um reconhecido
inimigo dos governos Lula/Dilma) de
forma inoportuna e apressada, objetivando atrapalhar uma ação governamental que
tem por objetivo preencher lacunas em um setor reconhecidamente deficiente, esqueceram
que os cubanos aqui chegaram para atuar não em procedimentos complexos e
avançados e, sim, unicamente na atenção básica à saúde; não se constituem,
pois, nenhuma ameaça de “concorrência” aos nativo-acomodados.
Torçamos,
portanto, para que, assentada a poeira e desarmado os espíritos, se instale um
clima de harmonia e colaboração entre os “doutores” brasileiros e cubanos. A
população pobre e carente antecipadamente agradece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário